domingo, 30 de março de 2014

De março de 1974 a março de 2014

28 de março de 2014 - foto no MSNBC
29 de março de 1974, da esquerda para a direita, um cantor que não consigo identificar (José Barata Moura?) e a Ana Maria do Introito, Manuel Freire, José Jorge Letria, Vitorino, Fausto, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Nuno Gomes dos Santos, Isabel Maria e Luis Pedro Faro do Quarteto Introito, Maria do Amparo e Carlos Moniz - foto na Visão/História nº20 de abril de 2013, Arquivo da Torre do Tombo     (nota: feita uma correção na legenda)






40 anos separam as duas fotografias.
Sobre o palco do Coliseu dos Recreios de Lisboa o canto de intervenção e resistencia à incultura e à violencia da guerra em 29 de março de 1974.
O canto rememorativo e tambem resistente à incultura e à violencia da politica de empobrecimento em 28 março de 2014.
Porém a resistencia de agora não é organizada.
Um dos oficiais do 25 de abril de 1974 no Terreiro do Paço sintetizou, o país é agora uma colónia alemã.
Era diferente em março de 1974, a canção de intervenção havia anos que vinha fazendo o seu efeito nas coletividades de cultura e recreio, em espetaculos proibidos pela PIDE e pela GNR, disseminando lentamente  sua mensagem para uma sociedade participativa e não violenta.
Agora é dificil competir com a dispersão televisiva, com os concursos caça talentos em que se valoriza a imitação aos gritos das canções anglo saxónicas, com o alheamento pelos cantores portugueses das realidades culturais e sociais.
É grande tambem a dificuldade de entendimento entre eles para ações comuns.
Como não se deve voltar aos locais onde se foi feliz, tambem não de deve repetir tal e qual o que foi uma ação eficaz noutros tempos contra outros governos opressores.
Mas seria muito bom que cantores como Rui Veloso, Sergio Godinho, Paulo de Carvalho, Pedro Abrunhosa e outros dos mais antigos, Filipa Pais, os Deolinda  e outros dos mais novos, tratassem mais nas suas canções a ligação da juventude à realidade e à luta contra o desemprego e a colonização atuais, em espetáculos por esse país fora, lentamente disseminando a mensagem.
Ou talvez , em vésperas de eleições europeias com a esperança de que o novo parlamento possa alterar a origem da colonização, seja eu a divagar, para que alguém possa dizer, "que parvo que sou"...


2 comentários:

  1. Andámos por aí cantando e.. foi o que se viu!

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  2. O comentário "anónimo" é meu: Nuno Gomes dos Santos

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