não, não está tudo bem |
A militante sindical reporta o impasse.
Aguardamos que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a inconstitucionalidade dos cortes dos complementos de reforma.
Receamos que a pressão nos meios de comunicação social induza o tribunal a deixar passar a título excecional.
Mas maior é o receio de que os cortes no metropolitano nos gastos de manutenção e nas despesas com pessoal baixem o nível de segurança na circulação dos comboios.
A militante sindical dá conta da manifestação desse receio e dos seus fundamentos reais em reuniões que tiveram no ministério.
Que está tudo bem, dizem do lado do governo, que é essa a informação que recebem dos gestores.
Não, não está tudo bem.
Explorar metropolitanos exige o cumprimento de rigorosas medidas de segurança.
Que têm evidentemente custos.
O recente incidente de um comboio que deslizou em dia de chuva até descarrilar no acesso do parque de material á estação do Campo Grande é um exemplo dos elevados riscos que se estão correndo.
Os comboios estão circulando sem a travagem eletromagnética ativa (permite a adesão de eletroimans aos carris), pelo que o comboio envolvido no incidente deslizou até à linha em que podia circular outro comboio.
Este é um facto inegável ligado à redução de custos no programa de reparação e reposição em serviço da travagem eletromagnética.
Os metropolitanos existem para reduzir desperdícios no consumo de energia nos transportes, considerando a menor eficiencia energética do transporte individual.
Por isso reduzir encargos com os metropolitanos que reduzam a sua eficiencia é contribuir para um aumento do desperdício energético.
Sabendo-se como o país é dependente do exterior em energia primária, cortar despesas no metropolitano que reduzam a sua eficiencia é um ato imples de sabotagem económica, não é um meritório, para os padrões do governo, de equilibrio orçamental.
Tudo isto deveria ser explicado à troika, para que compreendesse que os cortes não podem ser cegos.
Mas não é essa a posição oficial.
Por isso continuam os reformados do metropolitano, considerados pela comunicação social como uns privilegiados vindos do tempo do desperdício em gastos sociais, a ver os seus contratos de reforma em incumprimento (quando uma parte não cumpre pode ser alvo de ação depenhora dos seus bens, isto é, os reformados poderiam apropriar-se de ativos da empresa) e a concentrarem-se em frente do ministério da economia (que sabe de transportes o senhor ministro da economia ?) enquanto a militante sindical entrega a moção sobre a segurança da exploração ao senhor chefe de gabinete e outra militante, cá fora, grita com voz bem colocada as palavras de ordem - parem de roubar quem passou a vida a trabalhar.
em frente do ministério, "parem de roubar quem passou a vida a trabalhar" |
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