1 - suspensão das greves silenciosas no porto de Lisboa (silenciosas porque se limitavam às horas extraordinárias, embora no caso do porto de Lisboa isso possa ter consequencias graves) e retoma do processo negocial da contratação coletiva - agradou-me muito a notícia. Embora tenha muitas discordancias, do ponto de vista técnico de transportes, da senhora ministra e da senhora diretora do porto de Lisboa (aquela ideia de transferir o porto de Santa Apolónia para o Barreiro de águas nada profundas...mas apreciei muito o seu trabalho nos radares de Lisboa) , apreciei a sua vontade de conseguir entendimentos entre sindicatos e operadores. Pelo menos por enquanto. Votos de que levem a bom porto a negociação das convenções de trabalho;
2 - a TAP anunciou a abertura de 600 vagas para pilotos, pessoal de cabina e manutenção - a mim parece-me estranho que uma companhia que estava à beira da falencia antes da privatização agora tenha planos como este, como a reformulação da encomenda dos 53 aviões, como a substituição dos aviões da Portugália, a renovação dos interiores dos aviões para maior ocupação, os sharklets, a concertação com a Ana para explorar o aeroporto da Portela e o do Montijo até ao tutano, tudo com milhões de euros de que o Estado é avalista. Parece-me estranho, pronto, mas como não sou especialista, só posso dizer que desconfio, que não acredito, por ordem de capacidade decisória, no senhor Neeleman, nem no senhor Barraqueiro (já chegou a acordo com a REFER sobre a taxa de uso pela FERTAGUS? já tem uma proposta para pagamento do uso dos seus autocarros das instalações públicas da central de camionagem de Sete Rios?); numa coisa estamos de acordo, a gestão das empresas públicas, demasiadas vezes, tem sido muito má; tem de se mudar a forma de escolha dos gestores das empresas públicas
3 - a anulação das concessões (subconcessões) dos transportes urbanos - apreciei a coerencia e alguma coragem do governo atual ao anular as concessões, considerando o clima desfavorável criado pelos pensadores de direita adeptos do consenso privatizador de Washington e pelos comentadores inflamados e agressivos na internet contra os trabalhadores das empresas públicas. Votos de sucesso à nova administração, embora por razões de coerencia minha eu preferisse a nomeação após concurso público (será influencia no meu pobre espírito do exemplo do governador do banco de Inglaterra), não tivesse nada a objetar á concessão á Transdev do metro do Porto, sem prejuízo de se ir definindo o padrão futuro com a participação dos respetivos trabalhadores e alguma moderação dos desejos dos "autarcas" envolvidos, e, finalmente, eu mantivesse receios de ser lesiva das finanças municipais a responsabilidade pela gestão dos transportes urbanos, para mais havendo pouca experiencia especializada em metros na câmara de Lisboa e alguma dificuldade na articulação com as câmaras limítrofes (nestas coisas, os modelos a considerar, não direi seguir cegamente, mas a estudar e ver até onde pode ir entre nós, é a RATP e Londres, esta como exemplo de grande município aglutinador de municípios originais; um país deve contar com áreas metropolitanas de peso significativo na sua economia e isso não é compatível com o atual esquema disperso de municipalidades à volta de Lisboa e do Porto, o que se reflete danosamente, como o senhor ministro do Ambiente reconhece, na organização do território e nos transportes) . Se quiserem dar alguma importancia a este pobre blogue, podem os novos decisores utilizarem como bem entenderem os argumentos a usar contra pedidos de indemnização pela reversão das concessões em:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2016/01/dialogo-de-reformados-do-metro-no.html
e considerarem as formas de financiamento dos transportes urbanos listadas na comunicação ao debate sobre a mobilidade em 2014 na assembleia municipal da câmara de Lisboa em:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2014/06/ultima-sessao-do-debate-sobre.html
O negocio será .. disporem (gratuitamente) do património e obterem resultados positivos..(garantidos)... e o "Zé".. é que paga..!!
ResponderEliminarGratuitamente talvez não seja totalmente, pelo menos enquanto houver alguma capacidade de dizer "não". Depois, logo se verá.
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