Continua a tormentosa novela do acordo ortográfico, mostrando como é forte a tendencia dos portugueses para procurarem polos de oposição e se sentirem integrados e identificados num grupo que seja superior ao outro grupo.
Acho engraçado ter sido só neste tema que algunscomentadores fizeram o favor de ser malcriados no meu blogue.
Embora nesta questão confesso que não tomo partido, mas aproveito o acordo para, por deformação profissional, escrever o mesmo com menos letras, suprimir as diacriticas e , sempre que posso, esquecer os acentos e os hífens. Gostaria de ir mais longe, de poupar teclas no teclado do computador que o diferencia de outras línguas, mas não devo querer tudo.
É verdade que os étimos são desprezados, que não temos a elegancia de uma palavra como a inglesa skeptic, ou sceptic, orgulhosamente ostentando a ascendencia grega (curioso, no acordo de 1911 era sceptico que se escrevia, sem acento), mas também é verdade que é bonito termos uma língua que evolui, espera-se que para melhor, para mais simples,sem ph e g em phleugma .
Lembrei-me de comentar o último artigo de Nuno Pacheco, que insiste em escrever sobre o tema, na continuação do que fazia Vasco Graça Moura:
https://www.publico.pt/2019/03/14/culturaipsilon/opiniao/arranjem-assentos-acentos-senao-caem-1865217
Ao insistir na questão dos acentos, lembrei-me que antigamente não se confundia pais com país, porque pais, parentes, se escrevia paes e país, paiz. Isto é, era-se parco na utilização de acentos. Até o tempo do verbo "é" evitava o acento com um glorioso h: he (leiam os originais de Camillo).
Outros exemplos: dissonancia, divergencia, Alcantara.... Não houve coragem dos "acordistas" de regressar à ausencia (ausência?) dos circunflexos.
E contudo, o acordo de 1945 também deixava a dúvida, sede, edificio central de uma empresa, ou sede, necessidade de água?
https://fcsseratostenes.blogspot.com/search?q=ortogr%C3%A1fico
Sem comentários:
Enviar um comentário