terça-feira, 11 de junho de 2019

Conetada, partilhada,


Mais uma vez oiço o mantra dos seminários sobre a mobilidade, que ela será conetada, partilhada e disruptiva, porque a noção de posse será substituida pela de serviço.
E que isso se consegue graças à digitalização.
Parece-me tudo repetitivo, uma argumentação próxima do espírito novo rico de quem tem soluções que não sabe como funcionam, e estou a evocar Carl Sagan, mas se considera auto satisfeito.
Digitalização, substituir o analógico, que é como fazemos operações, pelo digital, uma álgebra desenvolvida nos anos 20 por Boole, no século XIX.
Conetada, porque o veículo estará ligado por rádio transmitindo para uma central informações sobre o seu estado de funcionamento e localização e recebendo dessa central informação útil, isto é dados, ou como outros dizem, big data.
A posse substituida pelo serviço partilhado, coisas de que Babeuf, Fourier, Saint Simon falavam mas eram apedrejados, em sentido figurado, claro, mas sem que faltasse vontade para isso pelos defensores do sagrado da propriedade privada.
Ou admirável mundo novo, não sejamos pessimistas como Carl Sagan, mas fiquemos na dúvida, será que afinal Babeuf tinha razão?

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