Mais um incidente com um Airbus 330. Num voo da Qantas houve uma descida brusca do avião, em automático, fora do controle dos pilotos, que conseguiram recuperá-lo.
Provavelmente não se vai conseguir recuperar as caixas negras do voo 447.
A Airbus já teve tempo para esclarecer o público, e deveria tê-lo feito, sobre uma hipótese que, não podendo afirmar-se que provocou o acidente, pode afirmar-se, com base nas informações disponíveis, que poderia tê-lo provocado.
De facto, as centrais de inércia ADIRU da Airbus estão programadas, no caso dos sensores de velocidade aerodinâmica Pitot detectarem velocidade baixa próximo do ponto de perda (ou no caso delas avariarem e darem informações erradas por defeito) para provocar o abaixamento do focinho do avião e acelerar para ganhar velocidade. E esta manobra acontece sem que os pilotos possam evitá-lo (parece que isso não sucede com a Boeing). Só depois de desligarem a alimentação dos computadores de bordo podem retomar o voo normal.
Os elevados padrões de fiabilidade são responsáveis por raramente existirem incidentes. E assim, a taxa de acidentes é muito reduzida e a confiança nos automatismos quase integrais da Airbus é razoável.
Mas convinha esclarecer isto. Quiçá não ter tanta confiança nos automatismos integrais, apesar da falibilidade humana (i.é, por concepção de um sistema, a situação ideal seria o sistema evitar as consequencias de um erro humano, em vez de estar à espera de que o homem corrija os erros dos sistema ou que não haja ninguém para corrigir os erros do sistema ou para detectar uma situação perigosa em automatismo integral).
É possível que a situação se agrave para a Airbus se mantiver o seu secretismo.
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