As estatísticas dos acidentes rodoviários
Com a devida vénia, como se dizia antigamente, ou tirando o chapéu, como também se dizia no tempo em que se usavam chapéus, saúdo a afirmação do antigo comandante da GNR: “…não há menos acidentes, ao contrário do que fazem crer alguns malabarismos estatísticos” (11 mortos na 1ª semana de Junho de 2009).
O antigo comandante queixava-se do mesmo que eu, do corte nos quadros de pessoal (no caso do comandante o corte foi mesmo violento: extinguiu-se a Brigada de Transito; no meu caso, do que me queixava era de que precisava de técnicos que não tinha para executar o plano de actividades… mas o controle do deficit não deixou).
Lembro-me de ver agentes da BT a explicar pacientemente: tem de se deixar uma distancia para o carro da frente equivalente à distancia percorrida durante um tempo de reacção de 2 segundos. Não é para os vivaços se “meterem” ou poderem ultrapassar pela direita. É para o transito fluir normalmente sem necessidade de travagens violentas que vão causar perturbação lá atrás, na fila, se ela for muito compacta.
Os agentes explicavam isto e os “automobilistas”, amostra fidedigna da iliteracia numérica dos portugueses, achavam que não, que tinham muito bons reflexos e por isso podiam conduzir em cima do carro da frente.
Assim é difícil, com estes Democratas do volante (guiador) e sem BT.
Mas foi a tomada de decisão de quem pode, de facto.
Mais um erro de decisão, salvo melhor opinião, claro, se bem que o meu parecer esteja fundamentado nas leis da Física.
E peço licença ao antigo comandante para passar a usar o termo “malabarismos estatísticos”.
É que as estatísticas, mesmo utilizando apenas parte dos dados, são tantas vezes utilizadas pelos técnicos “inovadores” para pôr em causa o parecer de quem tem a experiência das “frentes de trabalho”…que podem estar enganados, claro, mas as estatísticas enganam tanto…vêem-se coisas nelas que podem estar tão longe da realidade…
ResponderEliminarEu também não acredito em bruxas, mas que as há, lá isso há.
Algumas provavelmente disfarçadas...
Por isso não me admira que não acredite nas estatísticas, embora tenham funções antagónicas, ou não. Depende de quem designarmos por bruxas.
DPVL