Oiço na Antena 2 uma entrevista de Ricardo Pais, encenador.
A propósito da política cultural do governo não se acanha e classifica-a com todas as letras: frívola.
Reprova a ideia de fundir a gestão dos Teatros Nacionais de Lisboa e do Porto.
Que não está demonstrado que se ganhem poupanças.
Recusa a pretensão de que quem tem uma política cultural destas possa reclamar-se de herdeiro dos ideais de disponibilização da cultura à sociedade.
Subscrevo, até porque vejo nos programas PEC a fusão parcial da gestão do metro de Lisboa e do Porto.
Ficamos assim: quem tem o poder diz que tem de ser para poupar dinheiro; quem não tem o poder diz que vocês podem fazê-lo, mas o que fazem é frívolo e estouvado.
Tenho uma coisa em comum com Ricardo Pais.
Nascemos em 1945 e vivemos a primeira infância na Maceira, Leiria, a terra da fábrica de cimento que gerou o poder industrial de Henrique Sommer o qual serviu depois a António Champallimaud como base de expansão do seu.
É possível que a economia que se fazia na fábrica, nessa altura, mantendo desligado o captor eletrostático de partículas na chaminé e deixando que as partículas se espalhassem pela atmosfera e tornassem cinzentas as agulhas dos pinheiros, provocasse nos cérebros dos bébés tendência para afirmações radicais e, dizem os poderes estabelecidos e quem os apoia, provocatórias.
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