The Prize.
Filme de Mark Robson, de 1963, com Paul Newman, Elke Sommer e Edward G.Robinson.
Aqui citado não pela história de Irving Wallace, nem pelo suspense próximo de Hitchcock.
Mas apenas pelo contraste entre, dum lado, a imagem, o conceito percecionado do prémio (neste caso o Nobel) e, do outro, a realidade pouco edificante das fraquezas dos laureados.
Paul Newman representa a personagem de um escritor alcoólico.
Aqui citado porque vem a propósito do caso do prémio de excelencia do "professor do ano".
A anterior senhora ministra da educação lançou este prémio como fator de distinção e de estimulo para os professores.
Pode ser que sim, como alguns dizem, que a senhora ministra tivesse uma ligação direta com uma divindade que lhe permitia ter sempre razão enquanto a multidão de professores estava errada e era oportunista , preguiçosa e relapsa à inovação.
A acreditar nos jornais da época, ligados à divulgação da politica da senhora, era isso, que os professores não queriam a avaliação porque não queriam que lhes mexessem nos privilégios.
O que os jornais eos seus comentadores fizeram na altura foi uma mentira verginhosa.
Não ouviram os professores honestos e experientes que, aliás, já tinham os seus procedimentos de avaliação.
Não ouviram os que já tinham experiencia com os sistemas de avaliação análogos ao que a senhora ex-ministra impôs.
Que o que se ganharia em seleção perdia-se em mais extensão na burocracia e na perda de tempo do sistema.
E o governo impôs mesmo, passando por cima da experiencia de quem estava dentro dos assuntos.
A pobre ex-ministra, contrariamente ao seu slogan, perdeu os professores e perdeu o seu publico.
E agora, há um professor numa direção do ministério da educação que é demitido porque declara que o sitema de avaliação é burocrático e rouba tempo ao trabalho dos professores (a sua superior hierárquica achou que assim, ele não poderia executar as suas funções, ignorando que um jogador do benfica pode desempenhar a sua profissão no sporting; ignorancia simples).
E então, como se diz na toada de Portalegre, ao prémio de professor do ano apenas se candidataram 5 professores, num universo de mais de 100.000.
Esses 5 professores terão sido aqueles meninos e meninas que respondiam pressurosos aos seus professores que já tinham as suas redações prontas, antes dos outros meninos e meninas, e que escondiam as suas respostas para que os outros não espreitassem?
Roberto Carneiro, antigo ministro da educação, que não pode ser acusado de ignorante, como o comentador do DN me acusou quando lhe escrevi a informar que os sistemas de avaliação são, na maior parte das vezes, burocráticos e limitadores do trabalho dos avaliados, teve a caridade de explicar ao jornalista que os professores preferem o trabalho com os alunos a exibirem-se em concursos de prémios ou a exercitarem-se em competições.
Na verdade, há pessoas que não gostam de competir com o vizinho do lado.
Competir consigo próprio é ótimo e faz avançar toda a comunidade.
Mas competir com o próximo pode não ter graça nenhuma para a dita comunidade.
Dificil de entender pelas mentalidades adam smithistas que governa as mentes de quem nos quer governar.
Enfim, segundo informações ainda não confirmadas, a senhora atual ministra resolveu extinguir o competitivo prémio do "professor do ano".
À atenção de quem ainda liga a este tipo de concursos (e a este tipo de sistemas de avaliação).
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