Os senhores poderosos que te expulsaram de França e os eleitores que votam obcecados pela xenofobia e pela banalidade do mal de que falava Hanna Arendt (ninguém tem o direito de decidir que outros são dispensáveis ou que não podem viver) não me vão ler. Dizem (até o ministro Manuel Valls, tenhamos piedade dele, porque primeiro levaram os comunistas, os judeus e os ciganos, mas depois, quando já ninguem puder ajudar, talvez o levem a ele...) que os ciganos não se integram.
E os eleitores obcecados votam contra os estrangeiros.
Tão pouco tu me lerás, mas eu gostava de te dizer que, se precisares, eu testemunho que sim, que os ciganos se integram.
Tive um eletricista que foi um ótimo profissional, perfeitamente integrado.
Todos se davam bem com ele e cumpria bem o seu trabalho.
Era cigano, sim, e por vezes aparecia com uma pequena águia presa ao seu ombro.
Como é possível no século XXI pararem um autocarro escolar de uma visita de estudo, tirarem-te dele e expulsarem-te do país, Leonarda?
Como escreveu José Manuel Pureza, "Uma família cigana imigrante ilegal é certamente mais fácil de combater do que um fundo de investimento que arrasa salários e pensões na bolsa."
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