O gráfico fica aqui em intenção, obviamente falhada devido à pouca audiencia deste blogue, dos funcionários da troika e seus seguidores domésticos.
Nas escolas em que eles estudaram, e nos seus eficientes países, a lei dos rendimentos decrescentes parece só aplicar-se a partir d eum certo nível de riqueza.
Infelizmente, a experiencia de entidades amigas da pobreza como FMI, permitiu completar a curva com uma primeira parte, como se pode ver no gráfico, que é a zona da armadilha da pobreza.
Armadilha significa que, uma vez lá, não se pode sair sem ajuda do exterior.
Só que no caso vertente, a ajuda tem sido de empurrar a economia portuguesa no sentido descendente da curva, através das medidas de austeridade (ou de arrefecimento da economia).
De tal modo foi o empurrão, que através dos cortes sistemáticos de despesa se ulttrapassou o ponto de separação entre os rendimentos crescentes e a armadilha da pobreza.
Quando a dimensão do sistema económico e dos recursos utilizados o justifica, um investimento bem dimensionado provoca retorno compensador, especialmente após reinvestimento.
É o que a curva ilustra com o investimento de A2, que depois de reinvestido trouxe um retorno B2>A2 (seguir a reta dos 45º ) .
Se porem para o mesmo sistema se continuarem a aumentar os recursos sem outras medidas (claro, claro, aumentando a produtividade), o rendimento decresce e não haverá retorno obtendo-se B3
Só parece portanto viável a solução de investimento com fundos comunitários (QEE -quadro estratégico europeu para 2014-2020) que levem a economia a ultrapassar o ponto de separação entre a pobreza e os rendimentos crescentes.
Se quisermos utilizar a fórmula do saldo orçamental =investimento-poupanças+exportações-importações, dir-se-á que os fundos comunitários poderiam contabiizar-se nas exportações (juntamente com as exportações propriamente ditas), enquanto é imprescindível reduzir as importações (por exemplo com taxas de CO2 como já defendido pelo próprio ministro do ambiente) e as poupanças através da sua aplicação em investimento.
Mas repito, isso só dará resultado se a economia, através dos fiundos comunitários, for "puxada" para a zona dos rendimentos crescentes e se, naturalmente, os projetos para esses investimentos (obviamente para infraestruturas de produção de energias renováveis e de eficiencia energética como transporte ferroviário e maritimo) forem bem feitos.
Apoio de consultoria escandinava, precisa-se, condição aparentemente sine qua non.
Salvo melhor opinião, claro.
Referencia - A economia dos pobres, Abhijit Banerjee e Esther Duflo, ed.Círculo Leitores
Ver ainda, a propósito da problemática dos cortes:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/11/exercicio-de-surrealismo.html
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