quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A separação das empresas

Transcrevo uma notícia lida no MSN:

Parlamento Europeu quer dividir a Google em duas empresas?


De acordo com uma notícia do Financial Times, o Parlamento Europeu pode estar a planear propor a separação do motor de pesquisa da Google dos restantes serviços. O Financial Times refere ainda que a proposta que está a ser preparada, que não menciona directamente o nome da empresa de Mountain View, tem em vista facilitar a concorrência nos vários segmentos de negócio que operam na Internet.

De salientar que só a Comissão Europeia é que detém o poder necessário para requisitar a separação dos negócios de uma empresa. De acordo com a mesma notícia, a proposta deve ir a votação dentro de poucos dias.

Via Ars Technica.

Comento:

Posso estar enganado, mas penso que esta é mais uma manifestação da doença fundamentalista que afeta gravemente os decisores burocratas da UE e que os levou a separar as empresas de produção das empresas de distribuição de eletricidade, as empresas de exploração das empresas de infraestruturas de transportes, sempre com o pretexto de estarem a defender a concorrencia (por onde anda agora o património em infraestruturas dos CTT de 1975?). 
No fundo, através do desmembramento das empresas e de permitirem a sobre-exploração em termos de numero de empresas, garantem "emprego" aos seus apoiantes e mais lugares nos conselhos de administração e alta direção. 
Podiam aprender com os seus colegas do USA, com leis anti-trust que não impedem grandes empresas mas que as podem controlar. 
E também me parece que a experiencia desses senhores na vida real das empresas, trabalhando diretamente nas frentes de trabalho, foi muito pequena, coisa que não poderei dizer de mim próprio sem faltar à verdade.
Se o Parlamento europeu quer mesmo , tem um instrumento muito simples ao seu dispor de natureza essencialmente democrática: pergunte por referendo aos cidadãos e cidadãs interessados nestes assuntos se concordam. 
Porque o voto dos eleitores não é um cheque em branco nem as eleições conferem o poder divino que Bossuet atribuia ao rei absoluto. 
Quanto mais não seja, o referendo serviria, caso a maioria concordasse, para eu já não poder incomodar com esta crítica.


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