Parlamento Europeu quer dividir a Google em duas empresas?
De acordo com uma notícia do Financial Times, o Parlamento
Europeu pode estar a planear propor a separação do motor de pesquisa da Google
dos restantes serviços. O Financial Times refere ainda que a proposta que está
a ser preparada, que não menciona directamente o nome da empresa de Mountain
View, tem em vista facilitar a concorrência nos vários segmentos de negócio que
operam na Internet.
De salientar que só a Comissão Europeia é que detém o
poder necessário para requisitar a separação dos negócios de uma empresa. De
acordo com a mesma notícia, a proposta deve ir a votação dentro de poucos dias.
Via Ars Technica.
Comento:
Posso estar enganado, mas penso que esta é mais uma
manifestação da doença fundamentalista que afeta gravemente os decisores
burocratas da UE e que os levou a separar as empresas de produção das empresas
de distribuição de eletricidade, as empresas de exploração das empresas de
infraestruturas de transportes, sempre com o pretexto de estarem a defender a
concorrencia (por onde anda agora o património em infraestruturas dos CTT de
1975?).
No fundo, através do desmembramento das empresas e de permitirem a sobre-exploração
em termos de numero de empresas, garantem "emprego" aos seus
apoiantes e mais lugares nos conselhos de administração e alta direção.
Podiam aprender com os seus colegas do USA, com leis anti-trust que
não impedem grandes empresas mas que as podem controlar.
E também me parece que
a experiencia desses senhores na vida real das empresas, trabalhando
diretamente nas frentes de trabalho, foi muito pequena, coisa que não poderei
dizer de mim próprio sem faltar à verdade.
Se o Parlamento europeu quer mesmo , tem um instrumento
muito simples ao seu dispor de natureza essencialmente democrática: pergunte
por referendo aos cidadãos e cidadãs interessados nestes assuntos se concordam.
Porque o voto dos eleitores não é um cheque em branco nem as eleições conferem o poder divino que Bossuet atribuia ao rei absoluto.
Quanto mais não seja, o referendo serviria, caso
a maioria concordasse, para eu já não poder incomodar com esta crítica.
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