Por oposição ao nosso reino, algo vai bem no reino da Dinamarca.
Conviria aprender alguma coisa com os paises escandinavos, ler Karen Blixen, por exemplo (Out of Africa, La fete de Babette...), analisar os métodos participativos dos cidadãos e cidadãs islandeses na reação à crise, o respeito pelo Estado social de qualquer partido de direita ou de esquerda no poder em qualquer dos paises escandinavos, o igualitarismo no sistema de educação finlandês...
Se falo na Dinamarca foi porque encontrei o meu amigo Silva Nunes a contemplar um gatinho na montra de uma loja de animais. Por mais do que uma vez ele me devolveu processos de concurso.Alguma coisa não cumpria os requisitos jurídicos ou técnico-económicos do procedimento do concurso e a sua preocupação com o rigor não perdoava. Um chato, como se poderia dizer, no melhor sentido, claro. Mas desta vez tinha outras preocupações, talvez comprar o gatinho para lhe fazer companhia, agora que o filho foi trabalhar para um hospital na Dinamarca.
E eu não me lembraria de contar este pequeno encontro se à noite, para assistirmos à ópera de Gluck, Paris e Helena, estreada em Portugal no centro cultural de Belem após quase 300 anos depois de escrita, um verdadeiro sucesso de interpretação dos músicos e cantores portugueses (principalmente cantoras), não me sentasse ao lado de uma colega de curso da minha mulher. Que nos contou que o filho tinha sido contratado por uma universidade na Dinamarca.
Bom, não vou prolongar a história, porque tenho de mandar uns emails para a minha filha que trabalha em Macau e para a minha sobrinha que trabalha em Luanda.
Pobre Relvas, que achava isto muito bom, esquecendo que se a percentagem de jovens a trabalhar no estrangeiro ultrapassar o limite que foi ultrapassado, isso significa que se está a violar aquele artigo da declaração universal dos direitos humanos, que diz que ninguem deve ser obrigado a ir para onde não quer.
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