sábado, 29 de novembro de 2014

Angola, Angola


No fim deste comentário, transcrevo uma notícia recente sobre a intenção do governo angolano de expandir a rede ferroviária nacional.
Compreende-se, considerando o peso na economia do transporte de mercadorias, a mobilidade das pessoas e a maior eficiência energética do transporte ferroviário relativamente aos outros modos.
Penso que a expansão da rede ferroviária angolana poderá ter a cooperação portuguesa, não apenas das empresas de construção civil, mas também ao nível da engenharia de planeamento, projeto e fiscalização, beneficiando do “saber como” ainda existente em empresas públicas como  REFER, CP, Ferbritas, Ferconsult e Metro de Lisboa.
Esta atividade, sendo de venda de serviços e sujeita à concorrência internacional, pode assim classificar-se como transacionável, aumentando as exportações e portanto o PIB.
Junto ainda uma ligação para alguns textos deste blogue sobre as hipóteses de colaboração no desenvolvimento do metro de Luanda.
Admitindo 4 milhões de pessoas na área metropolitana, teremos cerca de 7 milhões de deslocações diárias. Se 15% forme asseguradas pelo novo metro, será cerca de um milhão de viagens por dia ou 50.000 passageiros por hora de ponta. Considerando duas linhas e um fator de sobrecarga de 30% para concentração da afluência de passageiros, teríamos o dimensionamento da cada linha para uma capacidade horária por sentido de 32.000 passageiros, exigindo 30 comboios por hora, sentido e linha, de 8 carruagens de 130 passageiros.
Como já afirmado neste blogue, vozes de burro não chegam ao céu, pelo que naturalmente as sugestões que deixo não chegarão nem ao governo nem às altas direções das empresas referidas.
Mas fica o registo.





Em causa está um programa de longo prazo para expansão da rede, anunciado pelo diretor geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA), Júlio Bango Joaquim, que se segue à reabilitação das três linhas existentes - Luanda, Benguela e Moçâmedes -, concretizada nos últimos anos.
"Desta forma, teremos o país totalmente atravessado por rede ferroviária, o que vai permitir que todas a capitais de província sejam abrangidas", disse o responsável.
Citado hoje pela rádio pública angolana, sublinhou tratar-se de um projeto com uma estimativa de investimento "à volta" de 50 mil milhões de dólares (cerca de 40 mil milhões de euros), a desenvolver "no longo prazo".
Júlio Bango Joaquim referiu que contempla ainda as ligações às redes ferroviárias da República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia.
O objetivo, além de alargar o transporte de passageiros até ao interior do país, interligando as linhas que hoje partem das cidades de Luanda, Lobito e Namibe - reabilitadas e prolongadas após o fim da guerra civil, em 2012 -, passa por articular, no transporte de mercadorias, as redes ferroviárias e rodoviárias, os portos e as plataformas logísticas junto às fronteiras com os países vizinhos.
No âmbito desta estratégia, segundo o diretor do INCFA, está já concluído o estudo de viabilidade para alargar a rede ferroviária no norte, envolvendo as províncias do Uíge, Zaire e Cabinda.
PVJ // DM


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