Non, M. Juncker .
Vous êtes très sympatique pour moi, vous comprennez le
portugais, pour le bien ou pour le mal .
Certes vous êtes une personne sérieuse et bien
intentionné .
Mais non, non et non .
Ce n’est ce que vous dites.
Qui comme moi vous observe de l’exterieur, voit
bien que,
oui, vous étes devant une bande de bureaucrates .
C’est pas une offense, c’est une constatation .
Les bureaucrates n’ont pas l'humilité de comprendre
le faible .
Ils se détendent dans les bureaux qui sont loin des
faibles et ils veulent imposer des solutions sans analyser les conditions
réelles .
Ou, comme ils diraient, sans confirmer que les
réductions prévues ne causeront pas une récession presque double,ou que le
point de la courbe pour l'investissement recommandé est loinde la zone piège de
la pauvreté et assure leur retour.
Je regrette de dire ça d'une bonne personne, mais
vous avez présidé le gouvernement d'un pays qui est un vrai
"off-shore" qui aspire les richesses des pays les plus faibles,comme
les puits puisent les eaux souterraines.
Votre pays n'est plus industrielle,il est presque
entièrement financière.
Et n'appelez menteurs aux premiers ministres qui
sont en désaccord avec vous.
Merci.
Não, senhor Juncker.
O senhor é-me muito simpático, até porque
compreende o português, para o bem ou para o mal.
É certamente uma pessoa séria e bem intencionada.
Mas não, não e não.
Não é o que o senhor diz.
Quem como eu o observa do exterior tem a visão de
que sim, o senhor está à frente de um bando de burocratas.
Não é uma ofensa, é uma constatação.
Os burocratas não têm a humildade de compreender os
mais fracos.
Reclinam-se em gabinetes que estão longe deles e
querem impor-lhes soluções sem analisar as condições reais.
Ou como eles diriam, sem confirmar que os cortes
que receitaram não vão provocar uma recessão próxima do dobro do que cortam, ou
que o ponto da curva em que recomendam o investimento está longe da armadilha
da pobreza e assegura o seu retorno.
Lamento dizer isto de uma pessoa simpática, mas o
senhor presidiu ao governo de um país que é um verdadeiro "off-shore"
que suga as riquezas dos países mais fracos, como os poços atraem a água
subterrânea.
O seu país já não é industrial, é quase só
financeiro.
E não chame mentirosos aos primeiros ministros que
não concordam consigo.
Obrigado.
PS em 6 de novembro - Coincidência, nem de propósito,
esta notícia de hoje:
Honra à investigação do Monde, Guardian e Zeitung. E
reparem que a PriceandWaters Coopers é aquela financeira para onde foram os
diretores de supervisão que sairam do banco de Portugal.
Um grande defeito das pessoas consideradas espertas é
pensar que os outros são burros.
As informações em que me baseei para escrever o texto
foram tiradas de Gabriel Zucman, "A riqueza oculta das nações",
ed.Temas e Debates, círculo leitores.
Sem comentários:
Enviar um comentário