sábado, 8 de novembro de 2014

Monsieur Juncker

Non, M. Juncker .
Vous êtes très sympatique pour moi,    vous comprennez le
portugais, pour le bien ou pour le mal .
Certes vous êtes une personne sérieuse et bien intentionné .
Mais non, non et non .
Ce n’est  ce que vous dites.
Qui comme moi vous observe de l’exterieur, voit bien que,
oui, vous étes devant une bande de bureaucrates .
C’est pas une offense, c’est une constatation .
Les bureaucrates n’ont pas l'humilité de comprendre le faible .
Ils se détendent dans les bureaux qui sont loin des faibles et ils veulent imposer des solutions sans analyser les conditions réelles .
Ou, comme ils diraient, sans confirmer que les réductions prévues ne causeront pas une récession presque double,ou que le point de la courbe pour l'investissement recommandé est loinde la zone piège de la pauvreté et assure leur retour.
Je regrette de dire ça d'une bonne personne, mais vous avez présidé le gouvernement d'un pays qui est un vrai "off-shore" qui aspire les richesses des pays les plus faibles,comme les puits puisent les eaux souterraines.
Votre pays n'est plus industrielle,il est presque entièrement financière.
Et n'appelez menteurs aux premiers ministres qui sont en désaccord avec vous.

Merci.




Não, senhor Juncker.
O senhor é-me muito simpático, até porque compreende o português, para o bem ou para o mal.
É certamente uma pessoa séria e bem intencionada.
Mas não, não e não.
Não é o que o senhor diz.
Quem como eu o observa do exterior tem a visão de que sim, o senhor está à frente de um bando de burocratas.
Não é uma ofensa, é uma constatação.
Os burocratas não têm a humildade de compreender os mais fracos.
Reclinam-se em gabinetes que estão longe deles e querem impor-lhes soluções sem analisar as condições reais.
Ou como eles diriam, sem confirmar que os cortes que receitaram não vão provocar uma recessão próxima do dobro do que cortam, ou que o ponto da curva em que recomendam o investimento está longe da armadilha da pobreza e assegura o seu retorno.
Lamento dizer isto de uma pessoa simpática, mas o senhor presidiu ao governo de um país que é um verdadeiro "off-shore" que suga as riquezas dos países mais fracos, como os poços atraem a água subterrânea.
O seu país já não é industrial, é quase só financeiro.
E não chame mentirosos aos primeiros ministros que não concordam consigo.
Obrigado.


PS em 6 de novembro - Coincidência, nem de propósito, esta notícia de hoje:

Honra à investigação do Monde, Guardian e Zeitung. E reparem que a PriceandWaters Coopers é aquela financeira para onde foram os diretores de supervisão que sairam do banco de Portugal.
Um grande defeito das pessoas consideradas espertas é pensar que os outros são burros.

As informações em que me baseei para escrever o texto foram tiradas de Gabriel Zucman, "A riqueza oculta das nações", ed.Temas e Debates, círculo leitores.

Sem comentários:

Enviar um comentário