sábado, 26 de março de 2016

As laranjeiras de Lisboa, a casa da rua da Lapa e o Credit Suisse




Na fotografia da laranjeira, pode ver-se o desperdício das laranjas perdidas no chão. Perdeu-se vitamina C e alguns hidratos de carbono. Claro que se poupou no tratamento das árvores e na recolha e colocação da fruta em pontos de venda. Mas é uma metáfora do desaproveitamento dos recursos do país. Basta esperar pelo outono para ver o mesmo desperdício e desaproveitamento com as azeitonas, fonte natural de energia num país deficitário em energia primária.
Tal como a segunda fotografia, um prédio abandonado na orgulhosa rua da Lapa, é a imagem de mais um desaproveitamento, embora espreitem, gulosas, as empresas de remodelação de prédios para transformação em apartamentos para turistas ou hoteis de charme enquanto os gestores municipais batem palmas e sorriem para os entrevistadores. É mais um exemplo de ineficiente investimento. A reabilitação urbanística não deveria orientar-se para a recuperação, prédio a prédio, mas sim para a  sua integração e emparcelamento em unidades habitáveis de acordo com os critérios atuais. E virada prioritariamente para a habitação permanente, para a fixação de população.

Isto a propósito da notícia de dia 24 de março de 2016, que o Credit Suisse prepara a dispensa de 6 mil trabalhadores com que espera poupar 1500 milhões de euros (250.000€ por pessoa).
Duvido que os gestores do Credit Suisse tenham apreendido as noções de física quando andaram na escola. Princípios de conservação ou teoremas de entropia não devem dizer-lhes nada. Vêem tubularmente e a curta distancia apenas os quadros Excel das suas despesas. Certamente que repudiarão esta imagem que lhes deixo, que fazem como os marinheiros de vistas curtas em cenário de entrada de água na embarcação, põem as bombas de água a esgotar a água nos camarotes mas a descarregá-la para os corredores. Pode ser que a água esgotada vá inundar os outros camarotes (se pudessem salvar-se os camarotes independentemente uns dos outros...).
É que tão preclaros gestores não querem dar o braço a torcer, o consenso de Washington não funciona...
Nem os comentadores despeitados vão deixar de criticar as empresas públicas por terem dívida, por maiores que sejam os defices do Credit Suisse e do Deutsch Bank.

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