A professora queixava-se de que na Alemanha e na Inglaterra dão mais atenção ao latim. Que há interesses e ideias por cá. Percebe, mas não entende. E que pode ser natural, que daqui a uns anos se reverta a situação.
http://www.rtp.pt/play/p263/e227729/paginas-de-portugues
«Países como Inglaterra, Alemanha e Espanha colocam, actualmente, nos seus curricula o ensino do Latim, por perceberem a sua relevância na aprendizagem de matérias tão diversas que vão desde a matemática à biologia, à filosofia, à literatura e à aprendizagem das línguas, entre elas o inglês e o alemão. Em Portugal segue-se o caminho oposto.»
[in jornal “Público” de 11/04/2014]
Eu sou mais pessimista. A linguagem influencia o pensamento, provavelmente por mecanismos neuronais, não sei, mas certamente por estar associada a lógicas e métodos de exposição e portanto de raciocínio.
Infelizmente predomina na cultura portuguesa o método imediatista, a forma primária de reagir. Os secundários são considerados limitados, uns impecilhos quando conduzem e não deixam os primários que vêm atrás ultrapassar, ou que nas reuniões as atrasam a pedir para explicar melhor o que os primários já disseram que entenderam (normalmente não entenderam).
Mário Cláudio falou na caraterística portuguesa da boçalidade, e Guerra Junqueiro foi ainda mais depreciativo, ao declarar o povo resignado e subordinado às elites.
Acho que exageram.
É como no caso do latim.
Há professores dedicados e alunos interessados.
Mas as elites decisórias conseguem descobrir modo de estragar tudo.
Como na economia, tão sábios que são os especialistas e estamos no estado em que estamos. Com agravante de parecer que seguem os especialistas da comissão europeia e do BCE, que não sabem como acabar com a deflação...
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