Para mim é um facto curioso, os programas na televisão dão uma ideia mais real da problemática das empresas produtivas do que os congressos e seminários em que aparecem uns senhores economistas mais ou menos ligados aos grupos da imprensa e seus parceiros económicos, repisando a tecla da competitividade, da produtividade e da necessidade das reformas estruturais (seja isso lá o que for), ou aqueles horríveis artigos nos suplementos económicos dos jornais sobre fazedores e empreendedores com eles muitoo sorridentes nas fotografias de promoção.
E o que provam esses programas na televisão é a realidade de empresss que produzem e que exportam.
Apesar de tudo, como dizia Galileu, e o tudo aqui será a incapacidade de muitos decisores compreenderem a resposta a dar à eterna questão "Porque temos de trabalhar?" e a incapacidade de organizar o trabalho em equipa para um fim útil.
A sensação é de que as elites que nos têm governado (as internas e as externas, que a incompetencia dos senhores de Bruxelas é enorme) são o principal obstáculo a que as pessoas normais consigam trabalhar e produzir.
Por exemplo, na RTP3 (pequenissima audiencia, mas depois não se queixem de não estar informados, de terem a perceção que nada se produz) o programa "ideias e companhias", de que sugiro o episódio de 19 de março de 2016 em que se refere o programa "Portugal sou eu" destindo a promover a exportação e a substituição de importações):
http://www.rtp.pt/play/p2190/e228732/ideias-e-companhias
Deste programa refiro as declarações do presidente da Wood One, grande empresa produtora de mobiliário para Portugal e exportação:
- o segredo do sucesso passa pela parte humana
- os empresários cometem por vezes erros graves, por exemplo, quando apareceu a internet houve muitas dispensas de agentes comerciais, o que nós não fizemos, porque os agentes comerciais descobrem negócios que a internet não consegue (isto sem prejuízo da atualização tecnológica da empresa, robotização da produção e produção de energia fotovoltaica) - (comentário meu: infelizmente existe um provincianismo de novos ricos que se embasbaca com as maravilhas da internet, e isso deve ser contrariado)
- a decisão da admissão de novos colaboradores é tomada pelos trabalhadores, não por mim
Ou as declarações do presidente da Tintas2000, uma grande empresa produtora de tintas:
- a minha empresa tem 35 anos de atividade e todos os anos apresentou resultados positivos, mas eu só uma vez levei lucros para casa (esta afirmação marca uma dissidencia até agora insanável nos teóricos do neo liberalismo: a ideia do interesse egoísta de Adam Smith não deve ser ser a do lucro máximo; essa é uma ideia primária, que não reflete sobre as consequencias do objetivo lucro máximo nem sobre todos os parametros envolventes; a declaração deste empresário é mais correta, que os benefícios gerados pela empresa devem ser investidos no seu próprio desenvolvimento em função da utilidade soccial, isto é, os acionistas deverão receber a paga do seu trabalho como diretores ou a remuneração a taxas de juro baixas; tal como Álvaro Cunhal pregava quando fez parte dos primeiros governos provisórios a seguir ao 25 de abril de 1974 : pedimos aos empresários que se contentem com lucros menores)
- a crise tem sido uma maravilha... tem de ser entendida... devemos reagir trabalhando mais pelo desenvolvimento da empresa
- o mais importante são as pessoas.
Dá que pensar, neste país há quem trabalhe bem, mas existem também decisores que atuam no sentido contrário, e uma comunicação social que os apoia... dum lado quem produz, do outro quem fala alto...
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