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Não quero crer.
A senhora ministra da Cultura anunciou que o Museu de Arte Popular vai ser recuperado e reabrir.
Estão a querer violentar-me? A querer obrigar-me a dizer bem do governo? (pelo menos neste domínio).
O Museu de Arte Popular é um dos melhores exemplos do que o facciosismo pode fazer de mal.
Só porque nos anos de brasa (tomo o nome a um filme argelino) de 74 e 75 era no Mercado Popular de Belém, à volta do Museu Popular, que as organizações populares celebravam (era onde se fazia a feira do artesanato), tudo quanto era gente fina com pretensões a ter poder decisório abominou o sítio.
No consulado de um senhor presidente da Câmara de Lisboa no fim dos anos 70, foi deixado ao abandono e à degradação. O senhor presidente compensou com dois projectos extremamente meritórios para Lisboa: a ETAR de Alcântara e a Alta de Lisboa.
Uma senhora muito fina que foi ministra achou que ficava bem ali um museu da língua portuguesa (para nós, incultos, ficarmos a saber que ela tinha ido ao Brasil e ficado maravilhada com o museu da língua portuguesa em S.Paulo).
Um dos senhores que se lembrou de contribuir para destruir a Baixa de Lisboa através da nova “centralidade” da Expo98 (não quero retirar o mérito desta acção, apenas criticar o uso que se está fazendo do Parque das Nações para assassinar a Baixa) achou também que o Museu de Arte Popular devia ser demolido (Brrr! Demolido…)
A senhora ministra de agora vem dizer, como se fosse uma adolescente do tempo em que eu era adolescente (é um elogio, para o caso de não terem reparado): O Museu deArte Popular é para fazer a função para a qual foi concebido.
Querem obrigar-me a dizer bem do governo.
Mas eu vou já dizer mal da nova localização do Museu dos Coches.
Não vão perder pela demora.
Ver em
http://aeiou.visao.pt/museu-de-arte-popular-e-para-avancar=f538971
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