segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O TGV Wuhan-Guangdong



Wuhan e o rio Iangtze



Estão os nossos colegas ferroviários chineses orgulhosos da inauguração da linha de TGV de Wuhan para Guangdong (Cantão), numa extensão de quase 1000 km, percorridos em 3 horas. Fica a faltar a ligação de Wuhan a Pequim, mais cerca de 1100 km. Já existia na China a linha de TGV de Pequim para Tianjin (cerca de 110 km).

Comento a propósito um recente artigo de um senhor economista que escreve no “oje” e que dizia que só Portugal é que tinha nos seus planos linhas de TGV. É uma pena que o nível de argumentação seja tão baixo. Sugiro que nos cinjamos aos conceitos físicos. Se pretendemos mover um fluxo de passageiros em condições de segurança e rapidez, podemos fazê-lo com maior eficiência energética com uma ferrovia TGV do que com uma auto-estrada ou uma “ponte aérea”. Nestas condições, parece fundamentada a opção dos nossos amigos chineses.

Aproveito também para anotar que Wuan é uma cidade metropolitana que resultou da agregação nos anos 20 do século XX de 3 cidades: Wuchang, Hankou e Hanvang.
Esta informação seria de muito interesse para quem traça a estratégia para a cidade de Lisboa e se “esquece” de que o caminho correcto seria o de agregar os municípios e não o de os desagregar como fizeram com Odivelas.
Mas escrevo como se pregasse no deserto ou se me dirigisse às bogas e às tainhas do Tejo. Como se fosse uma ofensa pedir a quem detem o poder decisório que ouça o que os cidadãos têm a dizer.
E a estratégia de Lisboa continuará a ser a de um pequenino município de 500 mil habitantes, expressão da pequenez das estratégias, palco de polémicas de diversão das questões técnicas e das suas soluções. Voltando a citar o professor Carvalho Rodrigues, não podem solucionar-se questões técnicas se “a ciência estiver fora da equação”.

E estão também de parabéns os nossos colegas do metropolitano de Wuhan: inauguraram uma linha em grande parte em viaduto, com “cantão móvel” (distância livre de segurança em função da posição e da velocidade dos comboios) e marcha automática sem condutor (“driverless”).

Sem comentários:

Enviar um comentário