Saudações para a decisão do Tribunal criminal de Lisboa absolvendo os responsáveis pela peça obre a filha do do ultimo diretor da PIDE.
A sentença explica claramente a quem queira dar atenção: "a criação artistica não é um risco, é um direito".
Como disse Vasco Lourenço, afinal a justiça em Portugal não está tão má como isso.
Ainda bem que há juizes que compreendem o que é o exercício da liberdade de expressão e de criação artistica.
Pena que o "meio" artistico se tivesse interessado pouco por este julgamento.
Aliás, pelo que tem acontecido com os ministérios e as secretarias da cultura deste país, pelo que se passou com Guimarães capital da cultura, há de facto necessidade de mudança de mentalidades e de comportamentos na cultura.
O que se sabe é dificil.
Mas a sentença deste juiz é um marco importante.
A propósito deste episódio, relato parte duma entrevista de Fernando Dacosta na Antena 2. Dacosta soube pela Dona Maria que no próprio dia do assassinio de Delgado Silva Pais esteve reunido com Salazar em reunião de rotina. Telefonou-lhe à noite (era a Dona Maria que atendia as chamadas) dizendo-lhe que o queria informar de ma coisa importantissima. Dona Maria diz que ouviu Salazar gritar para Silva Pais: Agora vão dizer que fui eu que o mandei matar. Até é possivel que um chefinho tenha querido ultrapassar um chefe e tomado a iniciativa do assassinio. Se não é verdade, é bem achado. Infelizmente não será possivel vir a ter certezas, para alem da barbaridade que era vivermos num regime daqueles.
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