Oiço no noticiário da TV que os dirigentes maiores dos governos da UE, reunidos em cimeira, decidiram reduzir a taxa de juro dos empréstimos para 3,5% e aumentar de 7,5 para 15 anos o prazo de pagamento da divida grega.
Não esqueço a forma sobranceira e insultuosa como alguns dirigentes politicos do nosso país acusaram quem propôs a renegociação da nossa dívida, que isso seria a bancarrota e o incumprimento.
Escusavam de ser mal educados e podiam entreter-se a estudar melhor a história económica da Europa e de Portugal, sobre o que tem sido a bancarrota ao longo dos séculos.
Não se convençam provincianamente que com as agencias de rating tudo é agora diferente.
As leis da economia e da física permanecem.
Mas oiço tambem que as tarifas dos transportes coletivos vão aumentar em média 15% e nalguns casos 25%.
É um aumento brutal, um desastre que vai contribuir para o aumento da resistencia que o esforço produtivo vai ter de vencer (os custos do transporte dos funcionários de uma empresa entram na composição do custo de um produto).
Mas durante anos e anos o custo do transporte não acompanhou a subida do custo de vida.
As receitas de exploração não conseguem cobrir as despesas de exploração.
Acresce que no caso de investimentos vultuosos em infraestruturas, como metropolitanos, são as contas das empresas que suportam o serviço da dívida dos investimentos (quando deveriam ser da conta do estado).
Criou-se a ideia de que o passe social deveria ser universal, quando permite aos beneficiários de maiores rendimentos um serviço de baixo custo, a uma percentagem inferior nas finanças pessoais comparativamente com os passageiros de menores rendimentos (na verdade, o estado está a subsidiar o transporte de quem tem rendimentos suficientes para prescindir do subsidio).
Nunca os governos quiseram assumir que deveriam ir prescindindo dos grandes volumes de impostos sobre os combustiveis, e canalizá-los para o transporte coletivo, taxando por escalões a utilização do transporte individual (prescindindo de duas maneiras: no destino dado às receitas fiscais e na diminuição de tráfego automóvel privado devido ao aumento de impostos).
Por outras palavras, chega uma altura, depois de muitos anos de doença, em que o próprio remédio contribui para agravar o estado do doente.
Mas parece, numa primeira análise, que o objetivo de transferir passageiros do transporte individual para o transporte ferroviário, para melhoria da eficiencia energética e redução de emissão de gases como efeito de estufa, não é bem servido por esta medida (nada a opor, entretanto, à fusão de empresas, nos moldes anunciados).
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