domingo, 17 de julho de 2011

No Sir, there is no difference

Presidente Obama, não, não há diferença entre os USA , Portugal e a Grécia.
O código genético das pessoas é o mesmo.
Talvez haja uma diferença no número de dias de férias por ano e nessa tal de produtividade, quociente entre o produzido e os meios para o produzir. E mesmo assim, olhe que há estados americanos em que a produtividade anda muito por baixo.
Mas o essencial é o mesmo.
Os quase 100% de divida publica relativamente ao PIB, a quase impossibilidade de pagar as dividas, o fecho de fábricas e o desemprego, a luta entre os partidos que acreditam religiosamente que o mercado sem regulação tudo resolve e os partidos que acreditam que o primordial é cumprir as obrigações de estado social expressas da declaração universal de direitos humanos, os coeficientes de Gini elevados, é o mesmo nos USA e em Portugal.
Poderemos não chamar a isso luta de classes, mas que é o conflito principal, aquilo que opõe e divide as pessoas, que bloqueia o processo de organização da sociedade, com 10% a obter 90% do rendimento total, é, lá isso é.
Até nos resultados do PISA estamos parecidos. Nos USA existem as mais avançadas universidades do mundo, mas a maioria dos estudantes tem dificuldades de interpretação da lingua materna, em matemática e em ciencias fisicas e da natureza. Talvez por causa dos malefícios da televisão, que obnubilam as mentes juvenis.
Por isso não diga que os USA não são como Portugal.
Nos USA é dificil negociar a elevação do teto de endividamento, em Portugal é dificil taxar os rendimentos de modo a promover a justiça fiscal, como queria Saldanha Sanches (ver
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/10/saldanha-sanches.html                                                      ).  São os trabalhadores por conta de outrem que em Portugal assegurarão o imposto extraordinário, porque é mais fácil taxar com base no IRS do que no IRC ou nos rendimentos do capital (apesar da UE já ter admitido estudar o imposto sobre os bancos).                                                        

É sempre o mesmo problema, os ricos não devem ser incomodados com essa mesquinhez de pagar impostos, como dizia a senhora Helmsley  (ver
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/07/impostos-sobre-os-bancos.html                                        ).

Para que os mercados e os investidores não se enervem e não fujam.
No entanto, já há sinais encorajadores. O governo dos USA conseguiu a condenação do banco suiço UBS por ajuda à fuga de impostos e está neste momento a investigar o Credit Suisse.

Presidente Obama, não lhe apetece dizer aí, como me apetece cá, que não insultem a inteligencia dos cidadãos e das cidadãs com essa dos nervos dos mercados e da fuga dos empresários?

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