Isaltino de Morais, questionado sobre o peso dos impostos na câmara de Oeiras (63% das receitas vêm de impostos), responde que os impostos são elevados e a qualidade de vida também, que é essa a opinião dos munícipes, e que, na verdade, Oeiras é o motor do desenvolvimento económico da área metropolitana de Lisboa.
Seria interessante se os senhores bem pensantes pudessem contestar estas afirmações.
Mas parece que não é possível.
Deveriamos então estudar o caso de sucesso de Oeiras.
Hipótese: Isaltino de Morais não é um salvador da pátria que desce ao povoado a explicar o que a sua mente iluminada sabe que os outros não sabem; é antes um dinamizador de equipas compostas por pessoas que, sendo especialistas e estando mais perto dos problemas reais, só precisam de condições para trabalhar e de apresentar resultados, sem o que se tentará atacar o problema com outros elementos ou equipas. Por outras palavras, na câmara de Oeiras aplicam-se os princípios da Sabedoria das Multidões de James Surowiecky, o que é um caso raro em Portugal.
Que pena que me dá por ver os senhores presidentes de câmara não pensarem assim.
Que pena não se partir de Oeiras para se ir fazendo como nos conglomerados geotécnicos, consolidando-se uma área metropolitana como grande município, à imagem da Grande Londres, à volta do Tejo...
É que já é uma experiencia feita.
Ah, é verdade, há umas sentenças, sim, acho que sim, claro, têm de ser cumpridas, mas então vão mexer em equipa que está a vencer? ao menos esperem pela reforma do senhor para a executar, em nome da eficiencia económica e gestionária, ou não é esse agora o critério principal de sobrevivencia? Nos primeiros tempos da distribuição de eletricidade doméstica numa região francesa, a energia era consumida após introdução de moedas no contador da casa; a companhia descobriu que o contador de um cidadão avançava em kWh mas a caixa de moedas estava sempre a zeros; por mais que examinasse o contador e a caixa, tudo estava normal; até que empregou o senhor com a condição de ele revelar como fazia; fabricava moedas de gelo que depois derretiam; também há o caso daquele falsificador de moedas que foi contratado pela casa da moeda... para quê desperdiçar a capacidade organizativa evidenciada, que organização é o ponto fraco deste país?
Ah, tambem é verdade, o próprio Isaltino diz que os transportes são o calcanhar de Aquiles do concelho e que o governo deveria dar mais atenção ao que lhe compete nesse campo (fará o governo atual alguma coisa neste sentido? depois do governo anterior ter feito aquela linda obra de ter recusado a cidade judiciária em Oeiras?). Seria interessante estudar o caso, que nos periodos de contenção é que se devem estudar as grandes soluções, quanto mais não seja para resolver o caso do SATU.
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