segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mortalidade e incidencia da gripe - atualização a 29mar2012

Gráficos retirados do relatório do INSA  até à semana de 18 a 25mar2012:


em ordenadas à esquerda nº de mortes por semana (curva-base sinusoidal)
em ordenadas à direita incidencia da gripe por 100.000 habitantes (com picos nos meses de inverno)
em abcissas meses do ano


em ordenadas nº de mortes por semana
em abcissas as semanas do ano


Verifica-se assim que o numero de mortes semanais e a incidencia gripal se encontra dentro do intervalo de 5% de confiança dos valores normais da curva-base ao longo do ano. 
Atualizo em seguida os valores já tratados e os estimados em
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/03/o-valor-das-estatisticas.html

A média de mortes por ano foi:

                               2008            104.300
                               2009            104.400
                               2011            105.000

Considerando os 4 meses de inverno, temos a média semanal de:
                               2008                 2273
                               2009                 2288
                               2012                 2529 (em 3mar2012 tinha estimado 2538)
                                     - isto é, um acréscimo de 10,5% de mortes por semana de 
                                         2009 para  2012,  superior à margem de erro de 5%

Aplicando o conceito de excesso de mortes no período de 4 meses de inverno relativamente ao valor médio durante o ano (tomou-se o valor de 2038,46 mortes por semana, o valor mais alto desde 2006) temos os seguintes excessos:
                                2008               1,115
                                2009               1,123
                                2012               1,241 (em 3mar2012 tinha estimado 1,245)
                                    
Embora a evolução não tenha sido tão grave como o estimado em 3 de março (estatisticamente), continuo a pensar que o excesso de mortes relativamente ao inverno 2008-2009  indicia uma correlação forte com as más condições de resistencia ao pico de frio e de acessibilidade aos cuidados de saúde, a qual deveria ser tratada com mais humildade pelo governo e debatidas publicamente as medidas corretivas e preventivas e não apenas paliativas.
Efetivamente, a incidencia gripal em 2008-2009 foi semelhante à deste inverno,entre 145 e 150 casos por 100.000 habitantes; de destacar fortemente que a incidencia em 2005 atingiu 163 casos/100.000 habitantes.
Infelizmente, é provável que o discurso de "não há dinheiro" continue e que se continue a discutir nais com argumentos políticos e partidários do que com números.

Fonte:
http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/Documents/Gripe2.pdf

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