Que têm em comum a queda de uma laje de uma sala num prédio e a supressão dos subsídios de férias e de Natal?
Nada, parece; embora dê que pensar.
É que primeiro vem quem considera uma coisa dispensável e elimina-a em parte, depois vem quem considera dispensável o que sobrou e elimina-o também.
Quem decide as medidas de eliminação, ou por razões estéticas ou por razões económicas de "melhorias com menos custos" (ou será mais aplicável dizer "custe o que custar"), ignora ou esquece as razões que determinaram a instalação da coisa.
Aconteceu há uns tempos, a demolição interna de pilares num prédio de 20 andares, no Brasil, "esse imenso Portugal", originou o abatimento dos andares superiores do prédio que provocu o abatimento do resto do prédio.
Aconteceu também no mercado de Setúbal, o derrube de uma parede com 50 metros de comprimento, a que tinham sido retiradas paredes de travamento perpendiculares.
Pode acontecer em empresas de transporte se se poupar em equipamentos de segurança, cuja utilidade e eficácia é igonrada ou esquecida pelos decisores.
PS em 4 de abril de 2012 - Vêm os senhores governantes garantir , depois da intervenção atarantada do senhor Peter Weiss, da troica, que o corte dos subsídios é temporário, enquanto durar o programa de assistencia que termina em 2013.
Esperemos que isso não queira dizer que, se por circunstancias externas de que o governo certamente não terá culpa, tiver de haver um novo programa de assistencia, então terá de haver mais cortes de subsidios (ameaça a quem acredita que vai ter de haver?).
Esperemos.
PS em 5 de abril - deuses, o senhor primeiro ministro veio dizer, depois do senhor ministro das finanças ter dito o que consta do PS supra, que só depois de 2015 se poderá pensar em voltar a pagar os subsídios, ou a dilui-los (deuses, em que proporção?) no salário mensal, porque o programa de assistencia vai até 2014.
Deuses, depois dos erros de previsão que obrigam a orçamentos retificativos e conduzem a surpresas com os números do desemprego (politicas recessivas geram desemprego, é normal) e a tristes "justificações" como a última de que afinal os cortes de despesa pública só pesam um quarto no esforço de equilíbrio orçamental (deuses, quer dizer que ospróximos retificativos vão insistir no aumento de impostos? e com que equidade?), depois das incompreeensões da realidade reveladas com a duplicação dos pagamentos das portagens à Lusoponte e com o desconhecimento da exigencia temporal para a construção da rede espanhola de mercadorias de bitola internacional, temos de assistir agora ao desencontro de afirmações entre senhores governantes? E os cidadãos e cidadãs não têm o direito de poder planificar as suas despesas a 2 anos de distancia?
PS em 6 de abril - está bem, já está tudo explicado. O senhor ministro das finanças veio esclarecer vagarosamente que tinha cometido o lapso, em outubro de 2011, numa entrevista, de dizer que a vigencia do acordo de assistencia financeira terminava em 2013 e portanto em 2014 já havia subsidios de férias e de Natal. Mas foi um lapso, porque afinal acaba em 2014 e portanto só em 2015 haverá subsidios.
Deuses, deuses, desde outubro de 2011 até abril de 2012 ninguém descobriu o lapso!?
Deuse, deuses, eu, acionista do Estado como contribuinte, que hei-de pensar da competência de quem não dá por lapsos destes, que os contribuintes também têm de fazer contas às suas próprias finanças? Ai quando eu fazia avaliações de "performance", como teria avaliado um comportamento destes...
E ainda falta considerar o que o senhor Peter Weiss disse: que a autorização do corte dos subsidios do constitucional foi só por 2 anos (mas isso dá-se uma volta consultando especialistas e nomeando juizes como deve ser, não é?).
Não bastava um orçamento de 2012 (somos obrigados a ler os prolegómenos em letra miudinha em vinha a data do termo da vigencia e a implicação férrea fim da vigencia-reinicio dos subsidios, ou houve má-fé na ocultação do lapso?) que é revisto logo a seguir, para depois vir um retificativo a 3 meses com fundos de pensões que não contam para a receita (dir-se-ia que se não contam para a receita deixassem-nos lá estar onde estavam) e pagamentos em atraso aos hospitais (menos mal não contarem para despesa, podia haver mais gastos assim, não era?).
Ai o que passa pela minha cabeça sobre as competências deste senhores.
Que devem pensar o mesmo de mim, pela importancia que ligam às propostas que estão semeadas por este blogue...
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