com a devida vénia ao DN e a José Bandeira, que continua a comentar melhor do que muitos analistas politicos |
Eurostat: taxa de desemprego subiu para 16,5%.
Comentário do senhor secretário de Estado adjunto da Economia, Almeida Henriques:
Viveu-se acima das possibilidades, criou-se emprego que não era consistente, temos de fazer o ajustamento para vivermos de acordo com a capacidade produtiva e isso é com as empresas.
É de fazer perder a paciência a um santo, é de o pôr a falar coloquialmente.
Não há pachorra para continuar a ouvir estas cassetes e estes lugares comuns.
A maioria do povo português não comprou carros de luxo, nem fez férias nas Maldivas nem teve salários mais elevados do que a média europeia.
E sempre viveu abaixo, sim , das suas potencialidades.
Empregos não consistentes?
Melhora-se a produtividade (não se melhorou? Não se produz o mesmo número de sapatos, de camisolas e de garrafas de vinho e de azeite com menos trabalhadores? O número de passageiros.km transportados pelas empresas de transporte coletivo ão aumentou por trabalhador?) e isso não “flexibiliza” (flexibilizar funciona nos dois sentidos) o conceito de emprego? isto é, não é necessária uma percentagem tão elevada como antigamente nas áreas diretamente produtivas? (claro, a cartilha ultraliberal manda as pessoas irem para o desemprego para que os preços se mantenham baixos) e a produtividade dos automatismos mantenha a economia a funcionar).
Ah, e aumentar a capacidade produtiva é com as empresas? E falava o senhor secretário de Estado no interior do país? As coisas que se dizem no interior do país … conhecerá o senhor secretário de Estado aqueles casos de câmaras que infraestruturaram terrenos para parques industriais, concederam benefícios às empresas, que depois desapareceram deixando os parques às moscas? É verdade, sempre se foi embora a fábrica dos ursinhos da senhora Merkel? Mas a cartilha ultraliberal insiste: iniciativa privada é que é bom.
Não é, o que é bom é quando a iniciativa privada é boa, não é bom por ser iniciativa privada. Tem de haver iniciativa pública, ao menos na planificação e capacidade de recolha de dados, tratamento e abstratização de um modelo produtivo. Mas para isso há dúvidas de quem detem o poder politico tenha capacidade.
Claro que o mundo empresarial é essencial para a economia, mas faltam empresas públicas efetivamente controladas pelos eleitores. Porque senão, há mais hipóteses de promiscuidade entre o poder politico e económico.
Já disse que é como nas equipas de futebol, depende da equipa de treinadores n(aquela da capacidade de abstratização fui buscar ao Mourinho).
Se a estratégia ou a tática não está adaptada ao adversário, se não há capacidade para criar exercícios de estudos de caso, evidentemente que não se produz o suficiente e se vive abaixo das potencialidades e o problema resolve-se mudando de equipa treinadora.
Não precisa de ser o governo todo, basta mudar o primeiro ministro, o seu adjunto, e o ministro das finanças.
Isto para não chocar o senhor presidente da Republica, claro, que como já foi dito, não se perdia nada com um governo de inclusão.
Enfim, mais uma oportunidade de remodelação perdida.
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