Seja o seguinte raciocínio:
A lei de Philips estabelece a correlação entre o aumento do desemprego e o abaixamento do nível de preços.
O nível de preços baixa se diminuirmos a procura.
A procura diminui se reduzirmos os rendimentos.
De acordo com as observações de David Stuckler (ver http://www.csap.cam.ac.uk/network/david-stuckler/ )
a uma subida do desemprego de 3% corresponde um aumento da taxa de suicídios de 4,45%.
Logo, a confirmar-se esta correlação, quem decide a redução de rendimentos, seja governante deste país ou credor do FMI, BCE ou CE, provoca o aumento da taxa de suicídios, é cúmplice na mortalidade.
Num estado de direito em que as instituições funcionassem regularmente, este raciocínio poderia ser um argumento de acusação de homicídio por negligencia em tribunal.
No próprio parlamento já se ouve que esta austeridade é crime (pelo menos contraria a Declaração Universal dos direitos humanos).
Possivelmente os governantes argumentam que não há outro caminho senão a recessão e os cortes na despesa.
Claro que há outros caminhos, mas eles só se podem quantificar depois de auditadas as dívidas pública e privada, sabendo quem são os credores e qual o destino do dinheiro correspondente às dívidas, obrigando ao levantamento do sigilo bancário, coisa que os senhores governantes não quererão por respeito ideológico.
Os senhores governantes, certamente por falta de tempo, não disponibilizam essas informações.
E também não parecem compreender muito bem a necessidade de sair da zona da armadilha da pobreza (aquela em que, por o PIB ser muito pequeno, por mais investimentos que se façam, não há retorno).
Mas mesmo que não houvesse outro caminho, e se os senhores governantes não são capazes de compatibilizar austeridade e crescimento com diminuição do desemprego, então a questão não é politica nem ideológica. É um problema de gestão, de organização e métodos. Tem de se alargar a composição do governo, um governo de inclusão de representantes de todas as sensibilidades e potencialidades.
E não seria necessário substituir todo o governo.
Bastava substituir o primeiro ministro, o adjunto, o ministro das finanças.
Não é uma questão politica, é uma questão de gestão, um governo de inclusão segundo o método proporcional de Hondt.
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