sexta-feira, 23 de maio de 2014

Campanha eleitoral II

http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2010/10/economicomio-lxii-as-22-medidas-dos.html

Seguindo o  link acima, chega-se a um "post" deste blogue de 2010 que comentava 22 medidas de economistas europeus não enfeudados à politica neo-liberal do grupo dominante no parlamento europeu e no BCE.
Tal como as senhoras púdicas que criticam a roupa interior ousada mas que depois de um tempo razoável  vão comprá-la, os decisores europeus e os comentadores ilustres portugueses vão aos poucos aderindo às ideias atempadamente propostas e recusadas.
Como a taxa Tobin, por exemplo.
Na lista das 22  medidas, destaque para as 8b, 14, 15, 16, 21 e 22.
Vem isto a propósito do painel do DN sobre a dívida pública.
Interessantissimo ver:
- Nogueira Leite dizer que a fiscalização do BCE falhou e que ele só faz o que a Alemanha quer.
- João Duque a dizer que o BCE está demasiado preocupado com o controle da inflação e menos com o investimento e que indevidamente é o BCE que controla o poder politico.
- Ricardo Paes Mamede a criticar a ignorancia da União Europeia em lidar com paises de estruturas económicas muito diferentes e que há uma imperiosa urgencia em reestruturar a dívida (leiam o manoesto dos 22 economistas aterrados, há 4 anos que dizem isso, os 22 economistas e partidos como o BE e o PCP).
- Pedro Lains a dizer que divida portuguesa está a ser mal gerida, que os consultores dizem para nada fazer, que o governo está alucinado e que a magnitude do problema está inimamente relacionada com a falta de intervenção do BCE.
Parabens ao DN por esta iniciativa. Pena não ter maior divulgação.

Quando o atual governo baseia toda a sua propaganda em culpar os portugueses por viver acima das possibilidades, é interessante ver o que dizem estes comentadores, e as confissões de grandes banqueiros, como Ricardo Salgado, ("houve negligencia") e Fernando Ulrich ("cometemos erros na atribuição do crédito").
Dói ver que o mal principal do atual governo não é o enganar os eleitores, que a isso já estamos habituados, é a constante exibição da sua incompetencia como gestor, a sua ignorancia dos procedimentos em cada área de atividade produtiva (sabem lá se uma linha de alta velocidade para Madrid é mais eficiente ou não do que a "ponte aérea" das "low cost e o que custa parar um investimento e rearrancar 3 anos depois, nunca trabalharam em obras...), o papaguear sobre a aplicação dos fundos QREN esquecendo que no programa de 2007-2013 aplicaram quase 40% dos fundos em "formação" quando para infraestruturas foram 12% (lembram-se da Tecnoforma a fazer cursos para operadores de aeródromos municipais detetarem invasões terroristas? ou cursos para arquitetos assediando a ordem dos arquitetos?) e o recurso a expedientes, como o de aumentar a divida pública para "juntar" dinheiro (as taxas de juro baixam internacionalmente, não por causa de "almofadas", mas graças à incipiente intervenção do BCE, e mais baixariam se ele fizesse o que os 22 economistas aterrados recomendaram há 4 anos).
Enfim, aguardemos os resultados das eleições europeias, para vermos se a politica do BCE mudará.




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