A insegurança limita-nos, condiciona-nos.
Freud explicou isso muito bem.
A insegurança torna-nos desconfiados e leva-nos a criar certezas que só existem dentro de nós.
A insegurança reforça as nossas convicções, independentemente de elas terem fundamento.
A insegurança reforça as forças policiais.
A insegurança é um dos males maiores do nosso país.
Faz-nos crer que somos bons, através da nossa autoestima, leva-nos a contentarmo-nos com o nosso umbigo, mas leva-nos a rejeitar um jovem válido, com medo de que nos roube o lugar, ou a rejeitar um bom negócio, com medo de que nos queiram vigarizar.
A insegurança leva a que dois partidos não se entendam para uma ação comum numas eleições, com medo que um esvazie o outro.
A insegurança é um caso de psiquiatria.
Quando um político diz que o país é ingovernável porque o sistema é proporcional, que é um sistema que dá voz às minorias, esse político devia reconhecer que está a precisar de uma análise psiquiátrica por insegurança.
Quando uma central sindical ou um partido que defende o Estado social dizem que há coisas que tornam impossível um entendimento com outra sindical sindical ou outro partido que defende o Estado social, é a insegurança que não os deixa ver a solução.
Quando um político pede uma maioria absoluta, devia reconhecer que está a evidenciar a fraqueza psicológica da insegurança.
Se houve coisa que o século XX ensinou em prática política, é que a diversidade é essencial. Não o governo de partido único, mesmo com maioria, nem de coligação, apenas do que agora chamam arco de governação.
É preciso mais do que isso, como provou a experiencia islandesa, com cidadãos a participar na revisão da Constituição.
A insegurança não nos deixa que todos trabalhemos na gestão da coisa pública.
A insegurança e outros males do nosso país.
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