Exmo(a)s candidato(a)s à assembleia da República pelo distrito de Lisboa, afetos ao atual governo, que figuram na lista do infomail que encontrei na minha caixa do correio.
Exmo(a)s senhore(a)s
Não quero impedir que exerçam o vosso direito de propaganda eleitoral, mas exercendo o meu direito de livre expressão, sinto-me na obrigação de vos informar que não acredito em vocês. Pelo que disseram na campanha eleitoral de 2011 e pelo que fizeram nos 4 anos em que detiveram o poder não partilhado.
Vocês enviam-me um programa que é o contrário do que praticaram e do que prega a vossa ideologia submetida ao consenso de Washington e à escola de Chicago (dispensem-me de recordar o que dizem a escola de Chicago e o consenso de Washington) e mostram bem a vossa ineficiência e a ausência de ligação à realidade quando na vossa lista de 54 candidatos apenas apresentam 1 com a profissão de engenharia.
Esta é uma questão básica. Como diz o professor Carvalho Rodrigues, Portugal desindustrializou-se desde 1993 (ainda no período cavaquista, ilustrado com o objetivo de sermos um país de serviços, com a decadencia das frotas pesqueira e mercante e com a perda da autonomia alimentar). E não vos vejo a compreender isto. Não vos vejo a darem prioridade aos investimentos com fundos comunitários, ao plano Juncker e aos mecanismos de ligações europeias de transportes, de telecomunicações e de energia (dispensem-me de recordar o que são os mecanismos CEF - connecting Europe facilities) , em detrimento dos planos virtuais de aumento de competitividade coordenados pelo professor florentino de direito comunitário (que saberá ele de indústria?).
Dirão que os indicadores dão sinal de melhoria (esquecendo o peso da dívida, do crescimento das importações superior ao das exportações, e os terríveis défices alimentar e de energia primária). Mas a vossa ministra das finanças já vos deu a resposta, são "meros efeitos estatísticos" que não deviam iludir-vos.
Assim como assim, já é tão velha a anedota do afogado num ribeiro de meio metro de profundidade média...
Podem continuar a enviar propaganda.
Não acredito nem confio em vocês (atrevem-se a prometer "modernização da linha ferroviária de Cascais ... de Sintra ... modernização dos transportes coletivos, substituindo o material mais antigo e poluente por novas unidades ambientalmente mais eficientes"? possivelmente com novas parcerias tipo subconcessão da exploração e nacionalização dos prejuízos), não vos reconheço capacidade técnica para os investimentos de que o país precisa.
E para o bem do país, espero que não ganhem, que não seja preciso estabelecer novo objetivo para a reindustrialização: 2019.
Cumprimentos
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