sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Mobilidade elétrica

Mais uma vez, semana da mobilidade em setembro. Oportunidade para se dizerem umas banalidades.
Eis as minhas:
Simpatizo com a EDP, apesar de ter uma dívida próxima de 17 mil milhões, de ter na presidencia da sua assembleia geral o senhor com a maior reforma do país e de não gostar que lhe falem na revisão dos CMEC e na participação na redução do defice tarifário.
É que tem um site muito interessante sobre paineis fotovoltaicos, sobre bombas de calor e sobre automóveis elétricos, incluindo as suas características.
https://energia.edp.pt/particulares/servicos/mobilidade-eletrica/#estilo-vida

Fico assim a saber que os grandes fabricantes, VW, Audi, Mercedes, Renault, já desenvolveram automóveis 100% elétricos sobre modelos de sucesso de gasolina ou gasóleo.
E seguem o velho sistema: o seu consumo anunciado é da ordem de 170 Wh/km e, graças a baterias de lítio de 28 kWh, a sua autonomia chegaria aos 170 km.
Não é verdade, é publicidade enganosa.
Calculando  a energia necessária para mover uma massa de 2 toneladas com rodas de borracha (com a taxa média de ocupação, 1,3 passageiros,isto é, 0,1 ton, e considerando o peso específico da bateria, 100 Wh/kg , isto  é, 0,28 ton),
num percurso de 1000 m
com uma aceleração de 2m/s2 até atingir 60 km/h
e manutenção dessa velocidade no patamar de 722m
seguindo-se travagem com regeneração de 10% da energia cinética,
através da fórmula da  resistencia ao movimento
R=m (c0 + c1 V)+ cD.A.V2
e da equação do movimento
Ft=ma+R
aplicada por incrementos de intervalos do espaço,
e considerando um rendimento de 0,7 para o motor e 0,9 para as transmissões,
obtive um consumo teórico da ordem de 270 Wh/km

Admitindo um fator de utilização para a bateria de 0,8, teremos 22 kWh uteis e 22/0,27 = 81 km para a autonomia do automóvel elétrico.

Este valor, bem diferente dos 170km anunciados, é ainda assim utilizável no quotidiano urbano. Mas choca ver a sugestão dos fabricantes: alugar um automóvel térmico para viagens por estrada. Não quererão encarar soluções mais eficazes? como por exemplo a normalização de baterias substituiveis nos postos das áreas de serviço, o que implicaria a submissão de todos os fabricantes a um projeto novo de automóveis compativeis com o mecanismo de substituição das baterias e a consideração destas como consumíveis.
Ou, em alternativa, disponibilização para aluguer nos postos das áreas de serviço de reboques com gerador térmico para alimentação do motor elétrico.
No entanto, continuo a pensar que o futuro do automóvel elétrico não será com alimentação por baterias, mas por célula de combustível alimentada por hidrogénio produzido de forma descentralizada a partir de fontes de energia renovável.
Mas parece que não é a tendencia "do mercado", enquanto países dependentes do petróleo vão continuando a perder dinheiro todos os anos com a respetiva importação.

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