quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A incomensurável e insustentável arrogância dos ignorantes

foto retirada do DN de 21 de dezembro
A incomensurável e insustentável arrogância dos ignorantes que se consideram sábios e se comportam como se fossem miúdos petulantes que tiveram boa nota no exame de contabilidade analítica e no inquérito de apreensão dos critérios do consenso de Washington, que não têm experiência de trabalho concreto em frentes de trabalho em empresas reais e produtivas, que não conhecem a psicologia de quem trabalha e de quem produz, e que ignoram olimpicamente e de forma alienada, no sentido marxista do termo, as propostas de quem está mais próximo da realidade.
Os senhores aprumadinhos e de vida despreocupada  do FMI, muito acima das misérias deste mundo, apresentaram mais um relatório sobre a concessão do empréstimo de 26 mil milhões de que têm recebido juros e amortizações.
Com a sua superioridade linguística e gongórica, dizem que "foi difícil afirmar categoricamente que havia  alta probabilidade de a dívida ser sustentável a médio prazo, mas que, tendo em conta a preocupação de contágios sistémicos internacionais, foi invocada a exceção sistémica para justificar o acesso, excecional, à assistência do FMI".
Parece que o relatório agora divulgado diz que havia dúvidas de que Portugal teria ou tem capacidade de pagar a sua dívida, embora a concessão do empréstimo fosse justificada para o Estado português poder pagar a privados e para evitar o famosos risco sistémico.
São uns ingratos, têm recebido os juros, mais altos do que os da união e do banco mundial, fizeram um bom negócio.
Mas têm razão na dúvida sobre a dívida.
Desde o início do processo que se disse que a dívida deveria ser renegociada depois de identificada a natureza dos credores e a sua legitimidade.

Penhorados e agradecidos perante tanta generosidade de quem cobra juros superiores ao BCE e UE, vemos agora que esses senhores também acham que afinal, considerando as dúvidas sobre a dívida, se enganaram na definição da politica de austeridade, e que os multiplicadores utilizados estavam errados (já se sabia há muito tempo).
Dizem eles que estão a aprender com esta lição e que afinal reestruturar a dívida antes do programa de assistencia dará  melhores resultados.
Como logo em 2011 foi dito pelos partidos mais à esquerda, enquanto o então governo dizia , e fez, ir mais além da troika.
Não há paciência para aturar ignorantes e convencidos.

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