http://cdn-ondemand.rtp.pt/nas2.share/wavrss/at2/1512/3891473_194693-1512152350.mp3
"... corações ao alto seguíamos,
intocáveis
...
plácidos de algumas certezas
e ainda mais ambições
...
avançávamos contra as luzes em sentido contrário
...
um jovem é um moribundo levado aos ombros
...
mas a noite com os seus artifícios
durou um fogacho ainda
...
e na paz tempestuosa dos 20 anos
avisaste que à nossa frente
a estrada fazia uma guinada acidentada,
fatal,
a que um príncipe trocista chamou,
comovido,
a curva do Mónaco"
Registo os excertos deste poema aludindo aos números desoladores da sinistralidade rodoviária.
Choca o silêncio das autoridades que deveriam promover um debate alargado, uma campanha publicitária intensa, pela positiva (isto é, mostrando o comportamento preventivo e não as consequencias tragicas, que as pessoas têm a tendencia de achar que só acontece aos outros) e uma divulgação pública dos resultados dos inquéritos aos acidentes (como podem ser eficazes um inquérito e as suas recomendações, se a área do acidente não é imediatamente isolada e se os veículos acidentados são retirados antes dos autores do inquérito chegarem ao local?) .
A ANSR limita-se a fazer estatísticas, não tem autoridade para impor regras, desde o controle da publicidade, ao debate público do comportamento dos condutores, à organização dos inquéritos, à revisão do código da estrada.
http://www.ansr.pt/Estatisticas/RelatoriosDeSinistralidade/Pages/default.aspx
Vai-se satisfazendo a opinião pública com a diminuição dos acidentes ao longo dos últimos anos, o que é devido à melhoria das estradas, das condições de segurança dos fabricantes e da diminuição do tráfego devido à crise (é impressionante comparar os gráficos dos acidentes e vítimas com os gráficos dos indicadores económicos: descem de 2011 a 2013 e sobem depois com um diferimento).
Fica de fora a possibilidade de melhoria por adoção de condução mais prudente, nomeadamente por redução das velocidades e adaptação da condução às condições ambientais e do tráfego.
Assim, vão continuar a morrer jovens noutras curvas do Mónaco.
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