Existem em Portugal conhecimento e experiencia na execução de túneis, por mais complexos que sejam.
É provável que possam ser utilizados no estrangeiro, mas sabe-se pouco.
Por coincidência, reparei também por essa altura na notícia da entrada em serviço da central hidroelétrica Venda Nova III, 750 MW de potencia instalada, 420m de queda e caudal de 100m3/s, em dois grupos reversíveis. Isto é, podem funcionar como bombagem em períodos de vazio de consumo. Por outras palavras, embora a correção das rendas e CMEC esteja por fazer, é uma instalação complementar das eólicas, anulando a sua intermitencia. A potencia total instalada em Venda Nova passou a ser 1040 MW. Perto de Vieira do Minho, no rio Rabagão, no caminho de uma interligação energética com Espanha.
A obra incluiu a realização de dois túneis num total aproximado de 5000 m, e chaminés de equilíbrio de 360 m, constituindo um conjunto verdadeiramente artístico.
É penoso assistir ao deficiente aproveitamento da capacidade de realização portuguesa. Quando ainda existe a possibilidade de construir centrais hidroelétricas com capacidade até 4 GW. É penoso ver a má utilização das candidaturas a fundos comunitários. Portugal poderia exportar energia elétrica com origem renovável desde que se reforçassem as interligações, tudo de acordo com as orientações da União Europeia.
Faz pena ver e ouvir os ignorantes e os incapazes, por vezes em lugares com poder de decisão, ou de omissão de decisão, ou de influência, oporem-se ao desenvolvimento do país, perdendo-se em discussões estéreis.
Para testemunhar a capacidade de realização de alguns portugueses na área dos túneis, ver o livro antologia "Túneis em Portugal" ed.Raul Sarra Pistone, António Pinto da Cunha, Sociedade Portuguesa de Geotecnia, Comissão Portuguesa de Túneis, Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
O livro cobre todo o tipo de túneis construidos em Portugal, incluindo os túneis de metropolitanos e os túneis hidráulicos. As gravuras e as informações sobre Venda Nova III foram retiradas deste livro.
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