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O assunto é triste.
A autoridade nacional de segurança rodoviária aplicou finalmente, de acordo com as normas europeias, desde janeiro de 2010, o critério de contabilizar os mortos a 30 dias depois do acidente.
Só há estatísticas de Janeiro; morreram 64 pessoas no local (era este o número que era enviado ao Eurostat e de que se servia o senhor ministro da administração interna para publicamente dizer que a sinistralidade estava a diminuir).
Na realidade, morreram mais 19 pessoas nos 30 dias seguintes aos acidentes de janeiro deste ano (agravamento de 29,7% relativamente ao critério de contabilização anterior).
Com a agravante de que a maior parte das vítimas resulta de atropelamentos.
Já se sabia que a situação estava má, especialmente nos atropelamentos (devido principalmente às melhorias nas condições de segurança no interior dos automóveis), mas argumentava-se que o diagnóstico não estava correto.
Pronto, agora já está correto, já se sabe onde as pessoas morrem, mas apenas do ponto de vista estatístico.
Faltam duas coisas essenciais e urgentes:
1 - lançar uma campanha publicitária intensiva com imagens pela positiva (a campanha da tartaruga, pelo ridiculo e pela natureza negativa, pareceu inutil; idem as campanhas que mostram imagens de desastres porque "só acontecem aos outros"), incidindo no cumprimento das regras do código, principalmente no respeito pelos peões;
2 - lançar equipas de investigação científica das causas e circunstancias de cada acidente-tipo e divulgá-las amplamente (interessava ter divulgado os estudos técnicos que se fizeram sobre o acidente com o autocarro na A23 e não o parecer subjetivo da sentença ou as posições de parte interessada das seguradoras - existem já entidades especializadas em análises deste tipo de acidentes rodoviários).
Aguardemos os números dos meses seguintes, de que a perceção é deprimente.
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