Tenho muita consideração pela competência dos especialistas e dos governantes que decidiram aprovar o limite para o defice estrutural de 0,5% na cimeira de 30 de janeiro, pese embora a credenciação para tomar decisões em cimeiras de primeiros ministros não tenha sido referendada, contrariamente às atribuições dos eurodeputados eleitos.
Tenho muita consideração pelas disposições legais da UE, pese embora não terem sido referendadas.
Mas tenho mais consideração pela necessidade de dedicar todos os anos uma verba importante para desenvolver as infraestruturas de um país como Portugal, o que é incompatível com o limite de 0,5%.
A menos que os senhores especialistas e governantes autorizem o BCE a emprestar diretamente aos governos a uma taxa de 1% e operacionalizem um plano de apoio técnico para desenvolver os projetos necessários às verbas do QREN (que diabo, no tempo de D.João IV e do marquês de Pombal recorreu-se ao apoio técnico estrangeiro).
Nessas condições, retirava a frase "Não em meu nome". Senão não, como escreveu Fernão Lopes.
E também agradecia que não viessem de forma contraditória dizer que aprovaram medidas contra o desemprego. O cerne da questão não está na subsidiação que é sempre transitória, embora desejável em casos como os da formação e do "kurzarbeit"; está na acessibilidade das empresas produtivas ao crédito e à justiça . Além de que, enquanto não se mudar a estratégia da UE de conter os preços, a taxa de desemprego tem de ser alta (desemprego alto diminui a procura e assim contem os preços).
Dá a impressão de que os senhores especialistas e governantes nunca trabalharam numa empresa produtiva, mas deixam-se encandear por conceitos ideológicos que os alienam da realidade das frentes de trabalho.
É uma impressão, subjetiva como qualquer impressão, mas para mim é muito forte.
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