Chang-Pu-Lang (nome fictício) veio integrado no grupo chinês que formalizou a compra de parte da REN, desempenhando uma função discreta.
No jantar comemorativo do ato ficou sentado ao lado dum técnico português, também com uma função discreta no processo.
Chang-Pu-Lang, na conversa amena que mantiveram, mostrou-se apreensivo apenas com um aspeto do negócio, citando o provérbio chinês: quem salva a vida a uma criança, fica responsável por ela o resto da sua vida. Por isso, se ao crescimento chinês suceder o declínio, e a enormidade de apartamentos construídos e vazios por a maioria dos trabalhadores chineses não os poder comprar já é uma ameaça, Chang-Pu-Lang sente que será uma obrigação moral a sua companhia não abandonar a EDP. Embora possa não ser eseo entendimento dos seus superiores hierárquicos.
O técnico português achou um ponto de vista interessante e comentou que o provérbio deveria ser aplicado em democracia: governo que quisesse salvar um país deveria ficar responsável por todas as decisões que tomasse, mesmo depois de ser substituido. Por exemplo, constituir-se devedor de todos os cortes cobrados aos contribuintes para os salvar. Ou repositor dos prejuízos causados pelas suas decisões. Donde, a única hipótese para um governo democrático, não existindo companhia de seguros que pudesse cobrir tal risco, seria o governo tomar decisões em parceria com os próprios cidadãos e cidadãs.
Mas as análises de um e outro, no jantar comemorativo, não tiveram seguimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário