Interessantissimo, este livro.
Quando queremos compreender a fatalidade portuguesa interessa ler Beckford, viajante do principio do século XIX.
O mesmo para este livro, com o ponto de vista algo snob e com um complexo de superioridade de um inglês lúcido.
Curiosa a análise que faz do provincianismo desconfiado de Salazar, com um permanente complexo de inferioridade perante as elites aristocráticas ou financeiras.
Não resisto a fazer o paralelismo com o atual primeiro ministro, também com um provincianismo não resolvido, convertido em conflito com a anterior geração, com o deslumbramento pelas teorias neoliberais da sua professora de economia e com uma raivinha surda (porque se sabe mero executante das politicas que conveem às elites),mas subserviente até à despersonalização, pelas elites financeiras que desprezaram o trabalho de servidor público do progenitor, e com uma incapacidade crónica de compreender e participar na vida cultural das elites culturais (que aliás eu não elogio).
Ou de como a análise das desgraças passadas ajuda a explicar as desgraças contemporaneas.
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