domingo, 12 de janeiro de 2014

Os botins de meio cano

Os botins de meio cano, vistosos, são vendidos por 29 euros.
Provavelmente o comerciante prescindiu de 1 euro no preço de venda que perfaria 30 euros.
Já as botas de cano alto estão etiquetadas com 35 euros, que talvez não tenha sido prescindir de 1 euro.
Hipótese: os botins e as botas vêm da India, aquele país que bate os outros em competitividade, em que há tempos uns miudos que faziam os sapatos já tinham crescido, cansaram-se de viver dentro da "fábrica", perderam a cabeça e mataram o encarregado da "fábrica", um italiano.
Isto é dumping, há leis contra, mas não se liga, com a desculpa da "globalização" e da vantagem de dar emprego aos miudos indianos.
A diferença de preço entre os botins e as botas não deriva da necessidade de mais mão de obra, que o preço dela é insignificante, apenas o custo da reposição de um pouco menos da capacidade de trabalho (para que ela se vá reduzindo progressivamente até justificar a substituição por outro miúdo, não importa que a sua estatura seja inferior à da média devido à má nutrição). Virá apenas do acréscimo de matéria prima.

Compare-se agora com os preços dos botins e botas fabricados em Portugal (os menos caros) e na Itália (os mais caros):
Botins: entre 110 e 300 euros
Botas de cano alto: entre 120 e 350 euros.

Por um lado, importamos da India artigos baratos e de Itália artigos caros.Amas as importações servem para desequilibrar a balança de pagamentos.
Salvo melhor opinião, deveriam aplicar-se as leis anti dumping num caso e um IVA mais elevado no outro (ah, de Bruxelas dizem que não pode ser? pena; então aplique-se uma taxa de carbono para compensar a emissão de CO2 do transportador de Itália para Portugal, que o cliente angolano, russo ou chinês da Avenida da Liberdade não se importará de pagar um nadinha mais caro).

Será que a ASAE, tão eficaz e pressurosa em mostrar serviço, não concordará comigo?






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