Só devo escrever sobre o que sei, ou que penso que sei. Ao analisar o fecho de escolas questionei se nos cálculos prévios os economistas do ministério contabilizaram o acréscimo de encargos medidos em alunos.km a mais por terem de se deslocar para escolas mais distantes do local de habitação. Duvido que o tenham feito.
Na questão da concentração em grandes hospitais, a propósito do fecho na colina de Santana dos hospitais de S.José, Desterro, Santa Marta e Capuchos, e concentração no grande hospital de Todos os Santos em Chelas, questionei tambem os encargos adicionais em termos de doentes.km .
Porém, no caso dos hospitais, para alem da duvida do acréscimo de encargos de transportes (medido em doentes.km) e do risco associado à sinistralidade rodoviária, e da duvida sobre se o volume de doentes não levará já para uma zona desfavorável da curva de rendimentos crescentes (vale a pena concentrar acima de um dado volume? depois não virão protestar porque os corredores são demasiado extensos?), questiono-me tambem se um grande hospital, em termos globais, não será mais sensível à propagação de perigosas bactérias infecciosas do que hospitais de menor dimensão, descentralizados geograficamente.
É que me recordo que no século XIX ainda os cirurgiões não lavavam as mãos antes e depois das operações. E então verificou-se que nas maternidades para pobres em Viena morriam menos parturientes e menos bébés do que nas maternidades para ricos. Até que se descobriu que nas maternidades para pobres havia menos médicos e que nas maternidades para ricos os cirurgiões traziam para a maternidade as bactérias que "apanhavam" noutros hospitais. Agora que se utilizam técnicas preventivas de desinfeção (com a particularidade de, quanto mais tempo se dedicar à prevenção, menor será a produtividade em termos de numero de operações, embora maior será a taxa de insucesso) . Independentemente de um grande hospital ser mais ou menos sensível à propagação de bactérias do que um conjunto de hospitais descentralizados, conviria que convencessem os economistas, depois de observarem a realidade, a fazer as contas de avaliação comparativa nas duas situações, dos custos com as bactérias (concentrar e reduzir quadors de pessoal ficará mais barato e subir a taxa de insucesso tambem, em termos de despesas com reformas no caso da morte de pensionistas; porém, se atribuirmos valor à vida humana, não).
É que começa a haver tantos casos nos hospitais, e muitas vezes em hospitais novos, que talvez não seja só por causa da resistencia das bactérias aos antibióticos.
Fazendo uma analogia com a guerra, é mais fácil a grupos de guerrilha (as bactérias) flagelarem um quartel central (um grande hospital) do que dividirem-se a assaltar quarteis descentralizados (hospitais descentralizados) para os quais é fácil enviar reforços quando necessário.
Mas como digo, gostava que os especialistas estudassem o assunto e informassem os não especialistas
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