Existe algum ruído mediático em França com a publicação de
um relatório por um perito independente sobre o acidente de Bretigny de Julho de
2013. Esse relatório tinha sido enviado à comissão de inquérito judicial há
4 meses, parecendo assim tratar-se de
uma fuga de informação.
Pessoalmente, continuo a preferir o critério anglo-saxónico
de investigação aberta de acidentes, mantendo a opinião pública inormada do
evoluir dos inquéritos.
Coisa que é o oposto do secretismo em vigor no Portugal dos
dirigentes engravatados.
A divulgação agora verificada confirma o que escrevi no
comentário ao acidente, apenas acrescentando que a eclisse que provocou o
descarrilamento não saltou totalmente, antes rodou sobre um dos pernos que se
manteve.
Continuo a pensar que a verificação da consistência do
balastro para evitar o jogo vertical que provoca fadiga nos pernos das eclisses
e as sua fratura ou desaperto, é essencial em manutenção periódica (sem
compactação do balastro não basta apertar os pernos).
Ver
O relatório agora divulgado apresenta uma estatística
preocupante sobre o numero de pernos de fixação de eclisses encontrados
partidos ou desapertados.
Ver
A SNCF respondeu com
Neste acidente, verificaram-se duas circunstancias a que a
SNCF não deu a devida atenção:
1 – tinha reduzido o esforço de manutenção por ter
programada uma renovação total da zona a curto prazo e tinha tido dois meses
antes de substituir uma TJD na via adjacente, onde impôs uma limitação de
velocidade (é uma situação de risco reduzir a manutenção enquanto se espera por
uma renovação e não compreender que a intervenção necessária numa TJD indiciava
que as outras também necessitariam de intervenção urgente e de medidas de
limitação de velocidade; verificou-se uma circunstancia semelhante no acidente da
ponte de Entre os Rios: aguardava-se a construção de uma nova ponte);
2 – foram ignorados os protestos dos passageiros que se
queixavam de grandes trepidações (motivadas pelo jogo vertical nos aparelhos de
via) à entrada na estação.
Aguardemos os resultados do inquérito definitivo, sendo
certo que dificilmente fugirão ao que já se sabe, interessando as medidas para evitar que os acidentes se
repitam.
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