Há um outdoor espalhado por todo o interior do país:
"AJUDE-NOS A FECHAR AS ESCOLAS, se souber de uma escola com menos de 50 alunos, avise-nos, nós vamos lá e fechamo-la. Para salvar o nosso saldo orçamental público, para que nenhum aluno do interior tenha uma escola a menos de 50 km de casa. É UM IMPERATIVO NACIONAL. Fechemos as escolas, para que por daqui a 10 anos nos possamos orgulhar do objetivo atingido, uma taxa de insucesso e de abandono escolar imbatíveis na Europa. Cim uma taxa de criminalidade e de desemprego invejável. PARA QUE UMA MINORIA POSSA DISFRUTAR DO PAÍS E QUE DO EXTERIOR SE FAÇA A NOSSA GESTÃO.
SEJA CIDADÃO. AJUDE-NOS A FECHAR AS ESCOLAS"
Este outdoor insere-se numa campanha de marketing que tem vindo a tentar convencer a populaçáo de que os alunos ficam melhor se forem obrigados a percorrer grandes extensões antes de chegar aos "agrupamentos".
É de facto dificil avaliar até onde é rentável uma centralização ou uma politica de descentralização. Eu diria que a centralização é bom para quem vende combustíveis importados e vende transporte. Porem isso desequilibra o saldo orçamental.
E em dias de temporal, desmobiliza a frequencia das aulas.
As escolas distribuidas minimizam as deslocações em termos de alunos.km.
Mas esse é um conceito dificil de explicar aos gestores.
O ministro da educaçao de Durão Barroso, David Justino, fechou 472 escolas
Maria de Luz Rodrigues fechou 2500 escolas
Isabel Alçada fechou 701 escolas.
Nuno Crato tem como objetivo o fecho de 500 escolas.
A questão não é a desertificação (deserta, uma povoação com 20 crianças?) é a falta de uma politica de fixação da população. D.João II mandou vir franceses e flamengos para povoar o país.
Mas a industria da educação (e dos transportes porta a porta) agradece. Veja-se por exemplo os 3 colégios de São João de Brito, o de Lisboa, frequentado por filhos da classe alta e média alta, é dos primeiros do ranking. Os outros dois, com um nivel de rendimentos mais baixo dos encarregados de educação, quedam-se por lugares modestos.
Vale a pena discutir a educação sem analisar a questão social e económica?
Fechem-se portanto as escolas, mas não em meu nome.
Ver cálculos em post anterior:
PS - Seria interessante ver se no estudo governamental (se o houve com cálculos) das economias do fecho das escolas está, do lado dos custos, os riscos de sujeição das crianças ao aumento das suas viagens rodoviárias, num país em que a sinistralidade é superior à média europeia. Os custos dos acidentes adicionais do transporte escolar deveriam ser contabilizados como custos de exploração do sistema escolar com "agrupamentos". Mas duvido que façam essas contas.
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