Com a devida vénia, cito a entrevista do DN, sobre a água, a William Cosgrove, antigo vice-presidente do Banco Mundial, atual coordenador do ONU Third World Water Development Report:
http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1525160
O senhor diz simplesmente, relativamente ao problema da água e à necessidade de garantir a sua disponibilidade e qualidade, que “o principal desafio é não deixar que a água seja privatizada. Pertencer sempre às pessoas é essencial. Mas deve ser legislada. As pessoas podem viver sem petróleo, mas não sem água.”
Eu penso que este é um excelente exemplo de uma externalidade (o uso que alguns possam fazer da água é um fator externo que pode influenciar o uso ou a falta de uso da água por outros) que tem de ser internalizada, como dizem os economistas, sem esperar que os mecanismos de mercado encontrem respostas, porque a dependência da água é uma necessidade pública.
Felizmente, como diz William Cosgrove, os custos dessa internalização são um investimento reprodutível.
Eu penso que as decisões coletivas não devem ser tomadas com base em ideologias de aplicação universal, porque não parece ser possível arranjar aplicações universais que dêem bom resultado.
Cada qual tem direito às ideologias que quiser, mas em chegando a hora em que decisões erradas podem prejudicar muita gente, as questões devem ser analisadas caso a caso e escolher a solução aplicável ao caso concreto.
Aqui na água parece ser prudente seguir a recomendação do especialista William Cosgrove, não privatizar, se fazem favor.
Noutros domínios será melhor fazê-lo.
Depende…
Mas é preciso debater bem as questões, com a participação dos técnicos que estão dentro do assunto…
Sem dar muita importância aos critérios economicistas, julgo eu… também pode haver benefícios e, no caso da água, o senhor William Cosgrove estima-os em 5 vezes os custos…
Entretanto, por falar em água, se fosse possível , embora eu saiba que o país tem falta de dinheiro, e pese embora o facto de no Instituto público da água as novas gerações de técnicos e altos dirigentes utilizarem todos os meios informáticos e telemáticos e os programas de gestão de recursos mais eficientes, gostaria que se pudesse remediar a situação para que se alerta no sítio do instituto da água (INAG):
http://www.inag.pt/ e http://snirh.pt/snirh.php?main_id=2&item=2
na página dedicada à rede nacional de monitorização da água:
“A manutenção das estações de monitorização (redes Meteorológica, Hidrométrica e Qualidade Automática) está suspensa desde Junho de 2009, pelo que poderão ocorrer falhas na disponibilização de dados ao público.”
Como cidadão contribuinte eu agradecia, não vá aparecer alguém com poderes de persuasão dizendo que se se privatizasse o INAG a rede seria prontamente reparada, e colocasse o INAG no PEC da PARPÚBLICA.
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