terça-feira, 23 de março de 2010

O PEC e os sapatos

Com a devida vénia ao Oje de hoje, retransmito a informação de que o setor português do calçado exportou em 2009, para 132 países, 59 milhões de pares de sapatos no valor de 1 208 milhões de euros.

O volume de sapatos produzidos para o mercado nacional foi de cerca de 2,5 milhões de pares de sapatos.

Eu, que sou ignorante em economia, diria que o PEC deveria estimular a produção e a exportação de sapatos, nem que pusesse os senhores embaixadores a angariar compradores no Brasil, na India, na China e na Africa do Sul  (seriam os países BICA) . Na Russia não era muito preciso porque já se exporta para lá (pensando melhor, talvez eles nos pudessem comprar ainda mais sapatos).

Quem também nos compra sapatos é a Bolívia (é bom, pode vender-nos lítio para as baterias dos carros eletricos) e até o Iraque (venha daí o petróleo).

O senhor dr Manuel Pinho movia-se bem nesta problemática, assim como o senhor dr Basílio Horta. Mas quem já ouviu dizer a propósito do PEC que era preciso aumentar a produção e a exportação de sapatos?

E o vinho verde, já viram?

Também com a devida vénia ao Oje, exportaram-se 13,6 milhões de litros no valor de 30 milhões de euros, incluindo para a França do champanhe, para a Alemanha do riesling, para os USA dos vinhos californianos e para Angola (que há-de produzir muito bons vinhos do planalto quando a família dos Santos estiver mais próxima dos seus princípios ideológicos) .
E não se podiam exportar alentejanos para onde só se vêm chilenos, australianos, italianos e espanhois? Já provaram o syrah de origem australiana mas agora alentejano? Ainda há por lá muitos hectares em pousio. Lá pelo Alentejo.

Não era isto que devia discutir-se na televisão? em lugar de se discutir a taxa do imposto e do seu aumento e as empresas públicas que dão lucro que têm de ser sacrificadas no altar da religião da privatização?

Não devia ser isto a discutir-se?

Como aumentar a produção e como arranjar quem nos compre as exportações? Como diminuir a dependência alimentar de um país que importa 80% de alimentos e 80% da energia que consome?

Como dizia Keynes, as máquinas até já estão instaladas…

Não terei razão? (eu não, quem ainda trabalha neste país com benefício para o dito)

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