Os arrumadores encontraram este nicho de mercado. São
ilegais, mas a EMEL não é, e ocupou o nicho. É uma empresa da esfera pública
que parece dar lucro (ainda não se lembraram de a privatizar?).
O pequeno prego no prato da balança era ilegal, assim como
não é economia tributável a pequena moeda pedida pelo mendigo. Mas os bancos
cobram uma pequena comissão sobre as contas à ordem.
E se fizéssemos ao contrário, isto é, se a comunidade não
organizada em estruturas públicas fizesse o mesmo que o Estado?
Não digo emitir moeda, como na experiencia de Worgl. O
presidente da câmara depositou no banco uma dada quantia e emitiu certificados
de conta de igual valor para pagar ordenados. Com estes certificados, de
validade temporária para que o dinheiro circulasse depressa (a velocidade de
circulação da moeda é proporcional às mais valias geradas), os cidadãos e
cidadãs pagaram as suas contribuições, as suas despesas de alimentação e
roupas, e a câmara pagou a construção de infraestruturas. Não consta que
tivesse havido qualquer “bolha” financeira ou esquema de Ponzi. Apenas que o
banco nacional da Áustria interditou a experiencia. Estava-se em 1933, quando a
Áustria vivia um regime politico muito semelhante ao que vigorava em Portugal. Ver em:
Mas podia tentar-se a generalização das experiencias em
curso pelo mundo fora (não nos querem convencer de que a globalização é a
felicidade dos povos?) com a criação virtual de moeda através da Internet (acho
que os especialistas de “marketing” poderão chamar a isto a “desmaterialização”
da moeda.
As informações seguintes foram retiradas do Dinheiro vivo e
depois, de referencia em referencia, da internet.
Curiosamente, a série de sucesso nos USA, Good Wife, em
emissão no canal Fox, dedicou um episódio a este fenómeno (Mr.Bitcoin).
Ver sobre a bitcoin, moeda virtual baseada em encriptação
e redes peer to peer, no Dinheiro vivo em
Sobre redes peer to peer, caraterizadas pela
descentralização, tão difamadas por causa da partilha de arquivos violando os
direitos autorais, ver em:
Ver tambem as explicações sobre a bitcoin, namecoin e
litecoin na Wikipedia:
Não sendo tão complicado como as redes encriptadas de
geração automática bitcoin, temos ainda a experiencia catalã da ecomoeda,
semelhante ao conceito de banco do tempo, em que cada participante se inscreve
na lista de serviços que pode prestar à rede, pagando à rede em horas os
serviços que utilizar de outros participantes.
Num país com grande tendência para a economia paralela e de
subsistência em domínios restritos, poderia ser interessante tentar estas
experiecias.
Ver em:
De
salientar ainda a experiencia australiana das redes CES (community exchange
system)
Ver uma
explicação curiosíssima sobre os graves inconvenientes do conceito da moeda
convencional (“a moeda que conhecemos não é um serviço neutro proporcinado pelo
governo; o fornecimento do nosso dinheiro vem de instituições privadas numa
base de lucro. Este sistema monetário foi concebido para beneficiar os que
o fornecem e não os que o utilizam”) em:
A rede
bitcoin já foi objeto de regulação nos USA.
Na UE
parece que o BCE ainda anda a pensar o que há-de pensar sobre o assunto, mas
certamente que achará mal e desconfiará da possibilidade de fraudes, embora a
rede bitcoin se auto proteja contra investimentos milionários.
No
entanto, tal como na experiencia de Worgl, seria interessante pensar na
possível aplicação.
Que tal
começar por experimentar na Madeira?
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