Um minuto de economia
Num minuto pode dizer-se muita coisa, embora a síntese não
seja o meu forte.
Então analisemos:
Parece lógico que quanto maior a despesa pública maior a
dívida pública, não é?
Só que só é parcialmente verdade.
A essência das finanças públicas não está aqui.
O que torna a divida publica insustentável (e já é mais do que 123% do PIB...) é a taxa de
crescimento ser inferior à taxa de juro dos empréstimos.
Portanto os senhores que mandam mentem ao povo com todas as
suas forças quando o responsabilizam pela dívida pública e propõem os cortes na
educação , na saúde e na segurança social.
Cortando nos benefícios sociais temos assim os pobres a
financiar os ricos rentistas, pr mais que o senhor ministro das finanças diga
que a economia é o ponto de encontro da cooperação entre os que vivem do seu
trabalho e os que vivem dos rendimentos do trabalho dos outros (que bonito, um mundo sem conflitos sociais...que conto de fadas tão bonito que o senhor ministro das finanças conta).
Não é que eles não saibam que isto é uma espiral recessiva.
Não são incompetentes, sabem perfeitamente que é uma espiral recessiva, mas é preciso manter viva a chama do
pecado original.
Quando nascemos já trazemos a culpa.
È do que os “mercados” precisam, do complexo de culpa dos
contribuintes.
Já passou o minuto?
Então eu resumo:
cortar na despesa publica tem um efeito recessivo, logo menos despesa
publica significa maior diferença entre o crescimento do PIB e as taxas de juro
(nesta perspetiva, 3% que é o juro da troika é demais e a divida pública não
parará de crescer), e essa maior diferença significa maior divida publica.
Logo, cortar na despesa publica de forma cega é um atentado contra os
cidadãos e cidadãs. O essencial está no crescimento do PIB (investimento publico ou privado, não interessa, mas investimento reprodutivo).
E que se deve fazer a quem comete atentados?
Sem comentários:
Enviar um comentário