1 - Guia para um final feliz - Zut e zut, como dizia o Tintin. Que filme bem feito e bem representado. Como retrata fielmente o problema do relacionamento, especialmente o amoroso, dos jovens adultos com problemas mentais. Carateriza muito bem e com profundidade as esquizofrenias e as maniaco-depressivas. A industria cinematográfica norte americana funciona muito bem. Devem ter tido consultores de psicologia de elevado nível. Porém, o filme foi feito para dar lucro, e por isso, como o próprio nome indica, tinha de ter um final feliz. Não é o que diz a observação, um final feliz para pessoas com problemas psicológicos. Que filme bem feito, com uma boa história, e como o final feliz estraga tudo (embora a atriz tivesse ganho um Oscar, ou talvez por isso mesmo), para não estragar as audiencias.
2 - Terra prometida - Possivelmente este filme ficará como documento da expansão das prospeções de gás natural pelo método da injeção de água e químicos e fratura subterrânea das camadas de gás de xisto. Os USA conseguiram a autonomia em gás natural (essencial para o aquecimento doméstico) desde 2005 com a utilização desta técnica de perfuração e fratura por pressão hidráulica. A oposição dos ambientalistas tem sido vencida perante as vantagens económicas, como o filme explica, chamando a atenção para os riscos potenciais (há casos em que a fratura das camadas provoca contaminação dos lençois freáticos; chega-se ao extremo de o gás em suspensão na água captada num lençol contaminado permitir a chama na água à saida da torneira. Porem, tambem aqui o final feliz, o happy end apresentado como cativador da simpatia das audiencias estraga o final do filme. O heroi arrosta destemidamente a grande empresa prospetora de gás para quem trabalhava como angariador de concessões pelos proprietários de terrenos, demite-se e fica com a menina professora da povoação rural. Mais um exemplo de final feliz a estragar tudo.
3 - Wellington, filme de Valeria Sarmiento sobre a derrota dos invasores franceses e sobre os sacrificios impostos ao povo português pela mania imperialista de Napoleão. Wellington optou pela construção das linhas de defesa. Era uma conceção que perdurou até à segunda guerra mundial. O responsável português da altura não concordava com esta estratégia. Achava que, se o povo tinha tomado a iniciativa de resistir aos invasores nas suas próprias povoações, o exército defensor não deveria esperar a arremetida do exército francês. Valeu a Wellington a incompetencia dos generais franceses, para alem da politica de terra queimada que lhes dificultava a subsistencia. Wellington pôde prosseguir a sua luta triunfante contra o tirano Napoleão, mas a soberania portuguesa ficou seriamente afetada e dependente da Inglaterra, para mais prejudicada pela secessão do Brasil.Fica para a história a dúvida sem solução: como teria sido se tivesse prevalecido a estratégia do general português e não a de Wellington? O exército francês teria sido igualmente derrotado? a rapina de obras de arte que conseguiram fazer teria sido a mesma? a evolução politica e o relacionamento com o Brasil teria sido a mesma?
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