quinta-feira, 25 de abril de 2013

Estaleiros de Viana do Castelo, 24 de abril de 2013

Honradamente se indignam os trabalhadores dos estaleiros e o presidente da câmara de Viana do Castelo perante o que tudo indicia ser uma conduta de sabotagem económica por parte do senhor ministro Aguiar Branco.
Ao não querer fundamentar perante a Comissão Europeia os 181 milhões de euros de fundos públicos nos estaleiros.
Ao não querer apresentar um plano de reestruturação que dinamize os estaleiros (a câmara já apresentou as bases para esse plano) e resolva o caso do Atlantida. 
Continua a aguardar-se o dinheiro para os motores e chapa para os asfalteiros, embora o senhor ministro da Economia anuncie uma verba de 3.500 milhões de euros para a reindustrialização.
Se isto não é sabotagem económica, insensibilidade, incompreensão, ignorância profunda das realidades industriais, o que será? 

Por isso, por este ser um caso paradigmático do mal que os nossos governantes estão a fazer ao país, transcrevo as palavras elegantes com que Batista Bastos os define no DN:

"Olho para os rostos destes que nos têm governado e não reconheço neles qualquer semelhança com os nossos rostos comuns ... As sombras que neles poisaram são repintadas de vigílias tétricas em que se arredaram o bater comovido do coração humano e o pulsar da  mais escassa ternura. Como conseguem viver nesta  miséria de fazer mal, de nos fazer mal?"

PS em 6 de maio - Segundo uma noticia de 29 de abril do Transportes em revista, foi adjudicada a primeira partida de chapa para os navios asfalteiros. É desejavel que estas coisas não se passem em secretismo, mas a cultura dos nossos decisores é assim. Vai ser extremamente dificil cumprir o contrato, aguardemos a evolução da relação com o cliente venezuelano.
Entretanto, soube-se que existe uma exceção na diretiva europeia à proibição de investimento público em empresas públicas: quando se trata de equipamento para a defesa nacional. O que no caso dos estaleiros de Viana era o caso, passe a redundancia. Não haverá portanto razão para a devolução dos 181 milhões de euros.


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