Com a devida vénia ao DN e ao cartonista José Bandeira
José Bandeira consegue explicar as coisas em menos do que um minuto.
Não é possível reduzir a dívida pública se a taxa de crescimento do PIB for inferior à taxa de juro dos empréstimos.
Situação agravada quando a dívida é superior a 120%.
Todos os senhores ministros das finanças sabem isso, incluindo o senhor ministro finlandes.
O problema das taxas é um problema típico da matemática e da física, é o problema da velocidade com que uma grandeza varia em relação a outra.
A análise da relação entre o crescimento do PIB e o crescimento acumulado dos pagamentos ao credor (taxa de juro) é semelhante à avaliação que o condutor da carrinha que vem atrás de mim faz quando eu consigo deixar um espaço maior; ao ver esse espaço maior o condutor acelera e depois trava a fundo para não bater no meu carro.
Como qualquer problema complexo presta-se à demagogia dos governantes e dos académicos ao serviço dos governantes e dos grupos financeiros.
Uns dizem que o problema da dívida se resolve com cortes na despesa pública, outros que em vez de construir centrais hidro elétricas se deve reduzir o consumo, ignorando a necessidade essencial da taxa de crescimento para corrigir as assimetrias de condição da população.
Outros só reparam nas variações homólogas (mês dum ano para o mês do outro, por exemplo) das grandezas de impacto económico, esquecendo a importancia dos valores absolutos (o numero de funcionários publicos não é elevado, o que é elevada é a percentagem da despesa relativamente ao PIB; se o PIB crescesse o indicador seria razoável).
Complicado, discutir estas coisas sem os conceitos de taxa, quociente, derivada, estarem bem assimilados por quem discute.
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